Mudanças na estrutura da assembleia de peixes foram analisadas ao longo de um gradiente longitudinal do rio Paraíba do Sul e Reservatório do Funil. A hipótese testada foi a de que mudanças do ambiente lótico para o lêntico afetam a riqueza e a estrutura da assembleia de peixes que são moduladas pelas variações sazonais da pluviosidade. Coletas mensais padronizadas foram realizadas entre outubro de 2006 e setembro de 2007 em quatro zonas: 1) rio a montante do reservatório; 2) parte alta do reservatório; 3) parte baixa do reservatório, e 4) rio a jusante do reservatório. Os peixes foram capturados com redes de espera que ficaram em operação por 15 horas. Um total de 4.550 espécimes foi coletado, representando 35 espécies e 5 ordens. A maior riqueza e diversidade foram registradas na zona 2, a zona de transição entre rio e reservatório. Neste ecótono, espécies lóticas e lênticas se sobrepõem. Maior abundância e biomassa foram observadas no rio a montante do reservatório (zona 1), no entanto, não houve diferenças na estrutura da assembleia de peixes entre as zonas durante a estação chuvosa. Durante a estação seca, a estrutura da assembleia de peixes foi mais diferenciada entre as zonas, porém sem diferenças na abundância e biomassa. O fluxo sazonal do rio é o principal fator a influenciar a estrutura da assembleia de peixes ao longo do gradiente longitudinal rio-reservatório.