Um estudo preliminar sobre a aplicação de técnicas de radiotelemetria para descrever os movimentos de peixes no canal de transposição da UHE Itaipu (Rio Paraná), conhecido como "Canal da Piracema", foi realizado entre janeiro e fevereiro de 2004. Seis espécies (Prochilodus lineatus, Leporinus friderici, Schizodon borellii, Pseudoplatystoma fasciatum, Pterodoras granulosus e Cichla kelberi) totalizando 14 indivíduos foram marcadas com radiotransmissores via cirúrgica e esofágica e rastreados através de três estações fixas experimentais de radiotelemetria instaladas na porção superior do Canal. A implantação de transmissores através de cirurgia e a anestesia por óleo de cravo mostraram-se mais eficientes e de fácil manejo do que a imobilização por eletronarcose e a implantação intragástrica. A utilização de estações fixas para obtenção dos dados mostrou-se apropriada para rastrear os movimentos de diferentes espécies no canal de transposição de Itaipu. Três espécies (P. granulosus, S. borellii e C. kelberi) movimentaram-se para jusante após a soltura. Dois indivíduos de P. fasciatum e dois de P. lineatus migraram para montante, deixando o canal 7 e 10 dias e 2 e 24 dias após a soltura, respectivamente. Leporinus friderici foi a única espécie que não deixou o local de soltura até o final do estudo.
