Três novas espécies de Loricaria são descritas provenientes dos canais de grandes rios de águas brancas e pretas da bacia Amazônica brasileira, da bacia do alto rio Negro no sul da Venezuela e das águas claras do baixo rio Tocantins. Loricaria lundbergi é simpátrica com L. spinulifera no baixo rio Negro, mas também é conhecida para o sistema do rio Baria, drenagem do Cassiquiare. Loricaria pumila ocorre no baixo rio Amazonas e baixo rio Tocantins. Loricaria spinulifera e L. pumila diferem de outras Loricaria por apresentarem odontódeos hipertrofiados formando cristas conspícuas nas superfícies dorsal da cabeça e placas pré-dorsais, olhos reduzidos em tamanho e sem o opérculo da íris, e um padrão único de desenvolvimento de placas abdominais. Ambas espécies são pequenas entre Loricaria, alcançando maturidade sexual com menos de 120 mm comprimento padrão, e exibindo caracteres sexualmente dimórficos consistentes com membros do complexo L. cataphracta. Loricaria spinulifera difere de L. pumila por apresentar um arranjo das papilas bucais único e presença de grandes odontódeos em forma de espinho no dorso da cabeça. Loricaria pumila é a menor Loricaria conhecida, alcançando maturidade sexual com menos de 80 mm comprimento padrão. Loricaria lundbergi difere de outras Loricaria por uma combinação única de configuração das placas abdominais, cabeça larga e pequena placa basicaudal. Todas as três novas espécies apresentam graus variados de redução de tamanho do olho e pigmentação distinta da observada em outros peixes que habitam os canais profundos dos rios da América do Sul.
