Este estudo teve como objetivos investigar as relações morfológicas e alimentares de uma assembleia de peixes com fauna endêmica e de baixa riqueza de espécies. Os peixes foram amostrados trimestralmente entre setembro de 2011 a julho de 2012, através da técnica da pesca elétrica. Foram obtidas as medidas morfométricas que possibilitaram os cálculos dos índices ecomorfológicos e analisados os conteúdos estomacais de 419 indivíduos, pertencentes a sete espécies, através do método volumétrico. Os principais itens alimentares consumidos pela assembleia de peixes foram detrito, insetos aquáticos e terrestres e outros invertebrados aquáticos. Observou-se baixos valores de amplitude de nicho trófico e de sobreposição alimentar entre a maioria das espécies. Os escores da PCA, indicaram a ocorrência de três ecomorfotipos. O eixo CP1 segregou em um extremo espécies com corpo deprimido dorso-ventralmente, pedúnculo caudal longo e as nadadeiras desenvolvidas, enquanto no outro extremo, espécies com corpos e pedúnculos comprimidos, área dos olhos e das nadadeiras anais relativamente maiores. Por outro lado, o eixo CP2 segregou espécies com corpos mais alongados, bocas ventralmente oblíquas. Através do Teste de Mantel verificou-se relação significativa entre a dieta e a morfologia. Assim, os principais padrões tróficos e ecomorfológicos verificados sugerem que a baixa riqueza, não repercutiu no alargamento do nicho trófico das espécies ou na inexistência de algum dos principais grupos ecomorfológicos.