Resumo
Os sistemas de partidos institucionalizados podem coexistir com uma alta incongruência programática entre a elite e os cidadãos. Sistemas partidários menos institucionalizados, pelo contrário, poderiam estar em posição de gerar maior congruência programática. Analisamos essa aparente anomalia no Cone Sul da América Latina, comparando Argentina, Chile e Uruguai. Metodologicamente, usamos três medidas de congruência: médias, comparação de distribuições (many-to-many), distância entre eleitores e um representante típico (many-to-one). Nesta última medida, projetamos vários modelos de regressão para identificar as variáveis que predizem maior congruência. Concluímos que em sistemas estáveis as preferências eleitorais permanecem apesar da distância entre a elite e os eleitores em algumas áreas de competição, sendo o Uruguai o caso mais representativo.
congruência programática; sistemas partidários; institucionalização; Cone Sul; elite