Este artigo busca compreender a reorganização da direita brasileira em reação aos governos do Partido dos Trabalhadores (PT) (2003-2016). Argumenta-se que a nova direita nas arenas eleitoral e legislativa é composta por duas vertentes distintas: a nova direita evangélica, que surgiu como parte de uma reação às mudanças progressistas nos valores e nas políticas públicas e distingue-se do resto da direita política pelas suas posições ultraconservadoras em questões morais; e a outra vertente da nova direita emergiu de movimentos liberais, anti-PT e anticorrupção, que se organizaram durante uma série de crises políticas e econômicas entre 2014 e 2018. Embora pesquisas anteriores tenham enfatizado as agendas ultraliberais desses movimentos, o que distingue essas forças políticas é seu perfil anti-establishment. Para demonstrar esses argumentos, o artigo recorre à análise dos programas partidários e a dados de survey realizados com os deputados federais em 2019.
nova direita; partidos políticos; evangélicos; conservadorismo; direita populista radical