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Diferenças salariais devido à raça entre 2002 e 2014 no Brasil: evidências de uma decomposição quantílica

RESUMO

Ao longo da década de 2000 o Brasil passou por uma grande fase de desenvolvimento econômico. O presente trabalho busca investigar se este movimento foi acompanhado por uma redução na desigualdade no mercado de trabalho, medido aqui pelo diferencial salarial entre brancos e não brancos. Para tanto, são analisadas três coortes de tempo (2002-2004, 2007-2009 e 2012-2014) a partir dos microdados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad). O método aplicado é a decomposição contrafactual Oaxaca-Blinder conjugado com o Recentered Influence Function Regression (RIF-Regression) para que se possam detalhar os principais contribuintes do fenômeno observado ao longo de toda distribuição salarial. Nossos resultados apontaram que as diferenças salariais (totais, oriundas de fatores observados e de discriminação) são maiores nos quantis mais elevados da distribuição, ou seja, em profissões ou atividades cujos salários são maiores. Os achados também apontam para uma aproximação salarial entre os grupos ao longo do período analisado, que se deu principalmente por características observáveis, a destacar os níveis de escolaridade. Entretanto, a discriminação caiu apenas entre o primeiro e o segundo triênio e em baixa magnitude. Fora isso, os principais determinantes da discriminação salarial de raça são os retornos à educação, experiência e de profissões consideradas sem regulação (trabalho autônomo e sem carteira assinada).

Palavras-chave:
Diferenças salariais de raça; Oaxaca-Blinder; Recentered Influence Function Regression

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