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Mulheres Executivas e seus Corpos: as Marcas do Envelhecer

Resumo

O presente artigo se relaciona às mulheres executivas e seus corpos envelhecidos. O fenômeno do envelhecimento populacional e a feminização da velhice são fatos mundiais. A literatura sobre o corpo sócio-hierarquizado aponta que corpos masculinos, brancos e magros são privilegiados nas organizações. Este estudo tem por objetivo compreender como as mulheres executivas vivenciam seus corpos envelhecidos no contexto organizacional. A discussão se mostra relevante, uma vez que existem poucos estudos relacionados à mulher em processo de envelhecimento e os relacionados ao corpo são ainda mais escassos, evidenciando-se uma lacuna teórica. Foram realizadas vinte entrevistas semiestruturadas com mulheres com idade de quarenta anos ou mais que atuam ou atuaram em diversos segmentos de mercado no país. A pesquisa permitiu concluir que, somando-se aos desafios, escolhas e dúvidas enfrentadas no cotidiano durante toda a jornada profissional, as mulheres têm que conviver com um corpo que está em processo de decadência, pesado, cansado, lento, rígido, limitador e menos atrativo aos olhos. Este estudo revela que além do gênero, a idade também importa dentro das organizações no contexto atual. Corpos de mulheres mais velhas se apresentam menos valorosos e parecem ter que ocupar lugares desprestigiados na hierarquia social. Para mitigar os prejuízos, as mulheres buscam procedimentos estéticos, adotam mudanças alimentares e prática de exercícios com o objetivo de disfarçar o envelhecimento.

mulher; envelhecimento; ageísmo; corpo; aparência

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