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O livre arbítrio epistemológico na administração

Uma premissa filosófica da investigação em administração é a posição adotada sobre a natureza humana: ela é determinista ou existe o livre arbítrio? O objetivo deste ensaio é discutir o clássico dilema entre o livre arbítrio e o determinismo como premissa de pesquisa na administração. Usualmente o tema é tratado no plano ontológico. Aqui é tratado em nível epistemológico. Embora o livre arbítrio possa ser válido também em nível ontológico, esse nível não é necessário para o fundamento filosófico da pesquisa em administração. Em administração, o comportamento excepcional, assim como objetivos, valores e crenças são inevitável parte do objeto de estudo. Não há como fugir da presunção do livre arbítrio. Isso porque a moderna ciência cognitiva não permite mais formulações que excluam a realidade das representações mentais. O caos determinístico não autoriza mais uma identidade imediata entre explicação e previsão. E também não se aceita mais a premissa da simplicidade do objeto de estudo. Nasceu e prospera a concepção sistêmica dos fenômenos da organização e administração. Em conseqüência, o determinismo, a priori, não é mais cientificamente aceitável como premissa de investigação.


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