RESUMO
Este trabalho aborda o caso de cinco empresários negros que possuem empreendimentos voltados para um público que há anos tem a sua estética e traços fenotípicos negados. Esses espaços, nomeados de salões étnicos, têm como finalidade cuidar do cabelo crespo e/ou cacheado de mulheres e homens negros. Frente a essa contextualização, pergunta-se: como empreendedoras e empreendedores negros enfrentam uma lógica de colonialidade nas relações sociais, mediante criação de negócios que partem da valorização e da identidade dos negros? Realizou-se a pesquisa de campo por meio de observações e entrevistas, e a partir destas colheram-se narrativas. As narrativas passaram por processos de síntese e de análise que permitiram sinalizaras motivações que dão suporte a esses empreendimentos, bem como o movimento de aceitação étnico-racial presente nesses espaços. Dessa forma, a principal contribuição deste texto é discutir a categoria cabelo como elemento constitutivo da identidade racial negra e a oportunidade de uma inserção mais autônoma no mercado de trabalho.
Palavras-chave:
Colonialidade; Identidade Negra; Salões Étnicos; Empreendedorismo