Open-access Organizações & Sociedade, O&S

Caras Leitoras e Caros Leitores,

Iniciamos o número 76 da revista Organizações & Sociedade, primeiro número do ano de 2016, com dois anúncios. Primeiramente, agradecemos sinceramente ao colega Antônio Sérgio Araújo Fernandes que em abril de 2014 aceitou o desafio de assumir as responsabilidades pertinentes ao trabalho árduo de editoria de uma das revistas mais importantes no campo da Administração no Brasil. Desejamos toda a sorte do mundo ao nosso colega Antônio Sérgio que nos deixa para assumir outro importante desafio na Vice-Coordenação do Núcleo de Pós-Graduação em Administração da UFBA. Em segundo lugar a partir do segundo número de 2016, a equipe de editoria da O&S sofrerá novas transformações com a saída do colega Sandro Cabral que parte para novos desafios acadêmicos incompatíveis com a função de Editor Executivo da O&S. Durante quase dois anos de convivência experimentamos momentos únicos de muita dedicação, trabalho e partilha de saberes na Equipe Editorial da O&S. Embora não ocupando formalmente funções de editoria na O&S, Antônio Sergio e Sandro permanecerão como apoiadores incondicionais da O&S.

Este primeiro número apresenta também a relação atualizada dos avaliadores que, em 2015, contribuíram para que os artigos que passaram em desk review fossem avaliados. No último ano, a O&S mobilizou mais de 160 avaliadores que, a nosso ver, merecem recorrentemente nossos agradecimentos e atenção ao trabalho empreendido. Digno de nota é a ampliação do corpo de avaliadores da O&S o que ajuda a diminuir a carga de nossos colaboradores cativos. Agradecemos também aos autores que confiam no trabalho do corpo editorial da O&S e, claro, no seu processo de avaliação. A todos os autores, obrigado por nos permitir alcançar a marca de 573 artigos publicados desde sua primeira edição em 1993 até a última edição de 2015, o número 75 do volume 22.

Como ressaltado no último editorial, o ano de 2016 será marcado por novos desafios que a O&S terá que enfrentar. Um deles diz respeito às restrições orçamentárias que já se impõem. Neste quesito, novamente reforçamos a importância da parceria com o IBEPES e seu constante suporte técnico e financeiro.

Como de costume, este primeiro número de 2016 contempla uma variedade de temáticas e de reflexões pertinentes à O&S. Ressaltamos também a variedade de instituições as quais os autores que contribuem com este número estão vinculados, tais como: FACIP/UFU; EAESP/FGV; EA/UFRGS; UNILAVRAS; UFLA; UniGranRio; UFSM; Faculdade Cenecista de Osório e o Banco Central do Brasil.

O primeiro artigo intitulado “O ‘Sagrado Instituído’ e os ‘Deuses Sonhados’: Organização Missionária e Outras Metáforas Organizacionais” de autoria de Jacquelaine Florindo Borges, Alessandro Gomes Enoque e Alex Fernando Borges analisa imagens organizacionais presentes no imaginário de proprietários-gestores de organizações que comercializam artigos religiosos de religiões tais como a católica, espírita, evangélica e a umbanda. Os autores exploram as relações entre pensamento, linguagem e ação do sagrado sobre o profano, apresentando as representações que se expressam na experiência religiosa.

André Luis Silva e Maria Ester de Freitas, no segundo artigo desta edição da O&S, questionam “O que sabemos sobre o trabalho e o trabalhador de baixa renda no Brasil?”. Intitulado “Para além dos Critérios Econômicos do Trabalho de Baixa Renda no Brasil” o artigo nos leva a refletir sobre as limitações dos critérios notadamente econômicos para responder a esta questão e para o debate sobre o trabalho de baixa renda dentro do campo dos estudos organizacionais brasileiros.

Em “Contribuições do Organizar (Organizing ) para os Estudos Organizacionais”, Márcia de Freitas Duarte e Rafael Alcadipani, apoiados no pensamento pós-moderno, provocam a discussão acerca dos processos de organizar. Ao que a primeira vista pode parecer uma discussão já bastante debatida em estudos organizacionais, os autores lançam um novo olhar sobre as organizações e seus fenômenos compreendidos como resultados de processos heterogêneos contínuos e precários que, por estarem em constante produção, geram uma aparente estabilidade. Os autores finalizam o texto apresentando reflexões em termos de ensino e pesquisa.

O quarto artigo desta edição 76, intitulado “A Agência a partir da Teoria Ator-Rede: reflexões e contribuições para as pesquisas em Administração” dos autores Patrícia Kinast De Camillis, Camilla Zanon Bussular e Claudia Simone Antonello enfatiza a noção de agência dos atores (actantes). A partir da TAR e na sua concepção de não-dicotomização entre os elementos humanos e não-humanos, o intuito dos autores é discutir contribuições da TAR para os estudos organizacionais no que se refere a agência relacionada ao não-humano, sem menosprezar o humano e com um olhar atento às relações.

O quinto artigo, na forma de ensaio, de autoria de Marcelo Ferreira Viana, Américo Pierangeli Costa e Mozar José de Brito, intitulado “A Hermenêutica Crítica e Estudos em Marketing: Aproximações e Possibilidades” contribui para a reflexão sobre a formação, geração e evolução do conhecimento em Marketing sob a luz da Hermenêutica Crítica. Trata-se de uma análise em que os autores vislumbram novas possibilidades de estudos críticos no campo dos estudos sobre marketing. Ao longo do texto, argumentos sobre a abordagem epistemológica da hermenêutica crítica fornecem um arcabouço teórico-metodológico para o avanço dos estudos críticos em marketing e como um caminho para a reflexão crítica no ensino do marketing.

Luciano Rossoni, no ensaio “O que é Legitimidade Organizacional?”, revisita o conceito de legitimidade organizacional resgatando seu caráter estrutural e elucidando seu vínculo com os princípios mais enraizados na sociedade. O autor levanta as origens do conceito, desenvolve definições acerca de seu uso e apresenta diferente dimensões sobre o conceito ao longo do texto. O autor finaliza o artigo apontando implicações da legitimidade para a sobrevivência e desempenho organizacional.

No sétimo e penútimo texto da edição, “Socialização e Afetividade no Processo de Inclusão Digital: Um Estudo Etnográfico” de autoria de Larissa Medianeira Bolzan e Mauri Leodir Löbler, amparados num estudo etnográfico e nas evidências da evolução tecnológica e na atual produção científica sobre inclusão digital, apresentam os bastidores do processo de inclusão digital. O texto compreende a descrição do processo de aprendizagem sobre as tecnologias de informação e comunicação, a identificação de fatores que implicam no processo e a verificação dos efeitos individuais no processo de inclusão digital.

O último artigo, de autoria de Marcelo Machado Teixeira de Andrade e Eduardo Henrique Diniz, denominado “Articulação política na avaliação da inclusão financeira promovida pelo Banco Central do Brasil”, analisa – a partir de um rigoroso estudo de caso no Banco Central do Brasil – a relação entre (i) as atividades de articulação política desenvolvidas para a obtenção dos dados e informações necessários para avaliar uma política pública e (ii) a disponibilidade (ou indisponibilidade) desses dados e informações. Os autores concluem que as atividades de articulação política contribuíram destacadamente na obtenção dos dados e informações.

Desejamos a tod@s uma excelente leitura e um 2016 repleto de realizações!

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Mar 2016
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