Resumo
Strauss e Corbin (1990) Strauss e Corbin (1998) Glaser e Strauss (1967)
abordagem integrativa; estilo positivista; estilo interpretativista; teoria fundamentada em dados
Abstract
The Grounded Theory was developed in the 1960s by sociologists Barney Glaser and Anselm Strauss as methodological or research style. New investigative paths have emerged from Grounded Theory application. The aim of the present study is to highlight the antagonism between Glaser and Strauss from a conceptual complementary perspective that opened room for a highly structured and inherently flexible methodology based on the integrative approach. The goal of the Grounded Theory is to develop theories based on systematically collected and analyzed empirical data. The classical approach proved to be excessively subjective to meet empirical research demands in management, overtime. Accordingly, several authors advocate for Strauss and Corbin’s (1990) ideas. The current essay-style study focuses on proposing and assessing an integrative approach framework for the Grounded Theory. Emphasis is given to the complementary qualities suggested by these authors, which are treated as non-exclusionary, despite being influenced by both Strauss and Corbin’s (1998) positivist style and Glaser and Strauss’ (1967) interpretive style. Furthermore, this theory adheres to the fundamental principle of the classical approach, although it emerged from the research process. This methodology’s application can be a promising option for scientific development, since it can disclose potentialities that give researchers flexibility and freedom to create. Thus, ontological and methodological assumptions are choices made by researchers, themselves, since they can gather research methods (mixed-methodology) and follow the combined and sequential use of quantitative and qualitative techniques to create well-founded theories.
integrative approach; positivist style; interpretive style; grounded theory
Introdução
Novos caminhos investigativos, poderão emergir com aplicações da metodologia de pesquisa Grounded Theory , possibilitando avanços para as pesquisas científicas em administração. ( Uhlmann & Erdmann, 2014 ) Essa metodologia é adequada no estudo de questões relacionadas ao ser humano por conta do papel importante dos stakeholders . Para Sithambaram, Nasir e Ahmad (2021), a Grounded Theory pode contribuir quando os pesquisadores procuram uma teoria baseada em dados ( Parry, 1998) ou quando estudam fenômenos reais no campo.
A Grounded Theory foi desenvolvida na década de 1960, pelos sociólogos Barney Glaser e Anselm Strauss, podendo ser definida como uma estratégia ( Wells, 1995 ), uma metodologia ( Strauss & Corbin, 1998 ) ou um estilo de pesquisa ( Locke, 2001) . A obra The Discovery of Grounded Theory ( Glaser & Strauss, 1967) marcou a origem da Grounded Theory , numa abordagem clássica, sendo que naquela época os seus criadores tinham ideias consensuais sobre as características da metodologia sem delinear seus processos de pesquisa. Com o passar dos anos, Glaser e Strauss manifestaram um antagonismo de pensamentos quanto aos processos de pesquisa, permitindo surgir uma nova abordagem da Grounded Theory ( Strauss & Corbin, 1998) .
Ao longo dos anos da década de 1990, os poucos estudos existentes sobre aplicações da Grounded Theory na área de administração revelaram incompreensões ou inconsistências metodológicas dos seus processos de pesquisa, justificadas de maneira limitada pelas divergentes concepções conceituais dos seus criadores ( Bandeira-De-Mello & Cunha, 2006 ; Uhlmann & Erdmann, 2014) . Medeiros et al. (2019) indicam tendência de declínio da aplicação do método na área. É possível observar que a desvalorização da coexistência de pensamentos dos sociólogos Barney Glaser e Anselm Strauss está evidente praticamente em todos os estudos sobre Grounded Theory na área de administração. A Grounded Theory é uma metodologia de pesquisa pouco utilizada nos estudos da área de administração, sendo mais frequentemente aplicada às áreas de Sociologia, Psicologia e Enfermagem.
O objetivo deste estudo é mostrar que o antagonismo aparente das ideias de Glaser e Strauss, apesar de sustentar algumas incompreensões sobre os processos de pesquisa da Grounded Theory , poderia ser destacado num contexto de complementaridade de concepções conceituais, fazendo emergir uma abordagem integrativa que valorize essa metodologia de pesquisa altamente estruturada ( Strauss & Corbin, 1998 ) e de caráter eminentemente flexível ( Glaser, 2004) . Para tal, mostram-se os diferentes caminhos teóricos da Grounded Theory, apresenta-se o dilema Glaser-Strauss, introduz-se o processo de pesquisa em uma abordagem integrativa, seus critérios de qualidade (validade e confiabilidade) e, por fim, uma visão multiparadigmática da Integrative Grounded Theory . Este ensaio tem como propósito contribuir para o pesquisador da área de administração, que busca utilizar a Grounded Theory no avanço do conhecimento científico, evidenciando as alternativas incorporadas no continuum dos paradigmas e possibilitando a escolha sobre as opções disponíveis de acordo com seu estilo de pesquisa.
Os diferentes caminhos da Grounded Theory
A Grounded Theory é uma metodologia de pesquisa que possibilita a criação de teoria fundamentada em dados empíricos, sistematicamente coletados e analisados. ( Strauss & Corbin, 1998 ; Goulding, 2001) Sob a abordagem clássica, Glaser e Strauss (1967, p , p. 32-33) afirmaram existir as teorias formais e as teorias substantivas, sendo que as teorias formais representam as “grandes” teorias, conceituais e abrangentes, enquanto as teorias substantivas explicam fenômenos específicos, simples e acessíveis. Desta forma, ambos defendiam que a Grounded Theory deveria ser utilizada em pesquisas científicas para gerar teorias em áreas substantivas. Glaser e Strauss (1967) criticaram as teorias existentes naquela época na área de Sociologia, por serem demasiadamente abstratas e quase sempre desenvolvidas para não serem testadas. Frente ao paradigma dominante dos métodos hipotético-dedutivos, os autores motivaram-se a oferecer um método científico por pensamento indutivo, revelando uma inovadora estratégia de desenvolvimento de teorias substantivas a partir de dados empíricos ( Wells, 1995 ; Uhlmann & Erdmann, 2014) .
Especificamente para os estudos da área de administração, Bandeira-de-Mello e Cunha (2006) acreditam que essa metodologia de pesquisa poderia ser amplamente utilizada em pesquisas científicas devido ao estudo das inter-relações entre sujeitos para compreender fenômenos sociais e/ou organizacionais. Apesar de o seu escopo ser restrito à geração de uma teoria para determinado grupo ou situação em particular, não havendo, portanto, a possibilidade de generalização além da área substantiva, a probabilidade de geração de teorias substantivas se dá justamente quando as teorias existentes se tornam insuficientes para explicar um fenômeno específico de uma pesquisa empírica. A Figura 1 mostra, em ordem cronológica, as diferentes adaptações teóricas da Grounded Theory , revelando o dilema Glaser-Strauss (que perdurou até 2008) e possibilitando o surgimento de novas abordagens teóricas a partir da Quantitative Grounded Theory:
Com o passar do tempo, a abordagem clássica da Grounded Theory se mostrou demasiadamente subjetiva para atender às demandas de aplicação das pesquisas empíricas na área de administração. Por essa razão, Bandeira-de-Mello (2008) e Hopfer e Maciel-Lima (2008) defenderam as ideias de Strauss e Corbin (1990) sobre as adaptações nos processos de pesquisa da Grounded Theory, tornando-os mais objetivos para auxiliar um pesquisador na formulação do seu protocolo de pesquisa. Layder (1998) e Hopfer e Maciel-Lima (2008) revelam estudos de aplicação da Grounded Theory adaptada a outros métodos de pesquisa ou associada à utilização de parte das etapas previstas por Glaser e Strauss (1967) . Portanto, além de fazer emergir as teorias substantivas e de servir como metodologia de análise de dados, a Grounded Theory é utilizada na área de administração para “adaptar” ou “fazer avançar” teorias existentes ( adaptative theory ), permitindo gerar as teorias adaptativo-substantivas.
A Multi- Grounded Theory (Goldkuhl & Cronhonm, 2010) se baseia não somente em dados, como em bases teóricas, empíricas e externas, indo além da abordagem indutiva pura ao adicionar o uso explícito de teorias externas. Importa considerar o contexto de análise ao incluir elementos como objetos em contexto de pesquisa, objetos culturais e outras situações derivadas da ação humana ( Ássimos & Pinto, 2022) .
Charmaz (2017) sugere na Grounded Theory Construtivista maior flexibilidade no processo de codificação de dados, de forma que o pesquisador tenha a possibilidade de criar categorias durante o processo e de revisar a literatura após a análise de dados sem prejudicar o processo criativo do pesquisador. Belfrage e Hauf (2017) sugerem, na Grounded Theory Crítica, uma realidade aberta, fluida e moldada pela forma como as pessoas constroem o significado durante o processo de pesquisa. Por fim, Timonem Foley e Conlon (2018) fundamentam a Grounded Theory Crítica dentro de uma perspectiva humana e nas estruturas, relações sociais e processos que permitem a conformidade de eventos e resultados científicos ao combinar indução, dedução e abdução com o objetivo de obter clareza conceitual sobre fenômenos estudados.
A abordagem integrativa da Grounded Theory sugere processos de pesquisa complementares de acordo com os autores seminais, não excludentes, enviesados aos estilos positivista ( Strauss & Corbin, 1998 ) e interpretativista ( Glaser & Strauss, 1967) , sem infringir o princípio elementar da abordagem clássica de que a teoria emerge ao longo do processo de pesquisa e mais precisamente mediante a habilidade de campo e a interpretação analítica do pesquisador ( Glaser & Strauss, 1967) .
Compreendendo o dilema Glaser-Strauss
A Grounded Theory se revelou como uma metodologia de pesquisa polêmica desde o seu surgimento, em 1967. Ela representou um desafio na época ao paradigma quantitativo advindo das ciências naturais que estudava objetos e chegava a conclusões universais. ( Fernandes & Maia, 2001 ) O paradigma qualitativo evoluiu num cenário de dúvidas, mostrando a iniciativa de alguns cientistas sociais para mudança de foco relacionada aos objetos de estudo, que passaram a ser analisados pelas ações e comportamentos gerados na mente humana (Collins & Hussey, 2005). Ainda assim, o pressuposto qualitativo revelou métodos de estudo questionáveis, principalmente nos requisitos que envolviam o processo de pesquisa, a não universalidade dos resultados e o caráter subjetivo na fase de análise de dados ( Bianchi & Ikeda, 2008) .
Glaser e Strauss (1967) assumiram pressupostos importantes no desenvolvimento da Grounded Theory: o pesquisador deveria interagir com a realidade de maneira contínua e intrínseca para fazer emergir uma teoria substantiva ao longo do processo de pesquisa ( Fernandes & Maia, 2001 ) e a teoria substantiva evoluiria durante o processo de pesquisa, sendo o resultado de uma contínua interpolação e análise de dados. ( Goulding, 1999) Além disso, ambos conviveram com um marcante antagonismo de ideias sobre os processos de pesquisa da Grounded Theory , nomeado neste estudo como o dilema de Glaser-Strauss.
Glaser tinha uma posição radical de que o pesquisador deveria ir a campo sem um embasamento teórico e uma questão de pesquisa predefinida. Nesse caso, o processo de pesquisa para a geração de uma teoria substantiva se revelaria uma opção extremamente subjetiva ( Uhlmann & Erdmann, 2014 ). Essa postura inflexível de Glaser evidentemente se contradiz com o princípio de flexibilidade da metodologia de pesquisa Grounded Theory . No entanto, Strauss tinha uma postura mais flexível que Glaser, acreditando que a Grounded Theory poderia ser adaptada a um caráter mais prescritivo. Isso ao revelar que o conhecimento prévio teórico e a questão de pesquisa predefinida se tornariam indispensáveis para o pesquisador ir a campo com um protocolo de pesquisa. Neste caso, o processo de pesquisa para a geração de uma teoria substantiva se revelaria uma opção mais objetiva ( Uhlmann & Erdmann, 2014) . A tabela 1 mostra uma comparação da metodologia de pesquisa Grounded Theory , destacando a lógica do dilema Glaser-Strauss.
No contexto de aplicação da Grounded Theory nas ciências sociais e aplicadas, o pesquisador pode, de fato, enfrentar dificuldades no entendimento dos processos da metodologia de pesquisa. Em específico, as tensões entre as reivindicações se encontram ligadas ao status científico e à realidade empírica, e à atenção aos detalhes, contexto e significado (Bryant, 2000).
Vale ressaltar que a abordagem clássica de Glaser e Strauss (1967) foi criada como resposta à escassez na geração de teorias na área de Sociologia, e não como uma proposta de aplicação à administração ( Locke, 2001 ). Por essa razão, provavelmente os criadores da Grounded Theory , inicialmente, não se preocuparam em delinear os seus processos de pesquisa e, com o passar do tempo, frente às dificuldades e a outras parcerias acadêmicas, seus estilos de fazer pesquisa se tornaram fontes evidentes de desavenças até mesmo em suas publicações científicas.
Glaser (1992) criticou a visão de Strauss e Corbin (1990) , considerando-a um desrespeito ao princípio da “emersão” da teoria substantiva, uma vez que seus processos de pesquisa direcionam de maneira “forçada” o pesquisador para a fase de coleta e análise dos dados empíricos. Em defesa, Strauss e Corbin (1990) justificaram seus processos de trabalho como uma decorrência natural da dificuldade de utilização de uma metodologia excessivamente subjetiva, vivenciada principalmente por Strauss como pesquisador. Além disso, os mesmos autores difundiram a ideia de que a Grounded Theory poderia também ser aplicada para auxiliar pesquisadores a interpretar dados quantitativos, permitindo uma análise mais aprofundada nos seus estudos.
O dilema Glaser-Strauss se revela como um discurso filosófico, justamente por mostrar as preferências de cada autor por estilos não idênticos de conduzir uma pesquisa e que, indiscutivelmente, o objetivo central de gerar teoria fundamentada com base em dados empíricos é priorizado em ambas as vertentes. Ademais, Glaser introduziu o uso quantitativo da Grounded Theory , mostrando que de fato pode haver uma predileção pelos processos de pesquisa desenvolvidos por Strauss e Corbin (1998) , provavelmente pela maior facilidade em justificar os procedimentos de um trabalho científico ( Bianchi & Ikeda, 2008 ). Sendo assim, a publicação da obra Doing Quantitative Grounded Theory ( Glaser, 2008) estabeleceu o fim do dilema Glaser-Strauss, abrindo novas possibilidades de discussão com diferentes lentes teóricas da Grounded Theory e sua aplicabilidade em outras áreas do conhecimento.
A aplicação da Grounded Theory na administração
A Grounded Theory , enquanto metodologia de pesquisa, não pode ser confundida com um processo de caráter inerentemente indutivo ( Suddaby, 2006 ). Ou seja, pode também integrar uma lógica abdutiva de pesquisa que vai além da indução e/ou da dedução. O percurso a ser seguido para o surgimento das teorias substantivas e das teorias adaptativo-substantivas na administração envolve a fase de coleta de dados (indução) que dá vazão a um (ou mais) processo(s) de criação “imaginativa” (abdução) para se tornar um tipo de hipótese (dedução) que será verificada e/ou validada por um novo ciclo de coleta de dados primários (indução), até que ocorra a confirmação da saturação teórica para a emersão de uma teoria ( Peirce, 1965 ; Pinto & Santos, 2012 ).
Strauss e Corbin (1998) apontam que tanto a indução quanto a dedução puras são estéreis, sendo que novas teorias resultam de uma combinação entre indução (ao longo do processo de pesquisa, referindo-se ao trabalho de induzir conceitos e propriedades dos dados primários), dedução (referindo-se ao esforço de propor hipóteses e/ou construir proposições sobre as relações entre os conceitos extraídos por indução pelo pesquisador), verificação e/ou validação (referindo-se ao processo de verificar se novos dados primários poderiam ser explicados pela teoria) ( Pinto & Santos, 2012 ).
As etapas para a aplicação da metodologia de pesquisa Grounded Theory estão descritas na Tabela 2 .
A proposta de apresentar um framework adaptado da metodologia de pesquisa Grounded Theory , nomeada neste estudo como Integrative Grounded Theory , tornou-se necessária para que o pesquisador compreenda todos os processos e as etapas de pesquisa de maneira categórica, conforme a Figura 2 .
Considerando a Figura 2 , na fase de pré-categorização conceitual o pesquisador inicia a imersão com sensibilização teórica, marcando uma perspectiva positivista e identificando previamente os elementos do estudo e a questão norteadora de pesquisa. Na fase de coleta e análise de dados (indução-abdução), o pesquisador poderá combinar técnicas e inserir novas teorias externas (preexistentes), possibilitando uma flexibilização no processo de codificação aberta (Kenny & Foirie, 2015; Charmaz, 2017) , para redefinição de categorização conceitual (Birks & Hoare & Mills, 2019). Após sucessivas etapas de coleta e análise de dados é possível introduzir a etapa de codificação axial, desenhando ideias centrais (dedução-indução), quantas vezes forem necessárias, até que haja clareza conceitual (Timonem & Foley & Conlon, 2018), em um processo de abstração e saturação teórica por meio de múltiplas interpretações da realidade ( Charmaz, 2017 ; Rakhmawati, 2019) . Neste momento, o desenvolvimento da pesquisa é marcado pela perspectiva humana de estruturas, relações sociais e processos que combinam métodos de indução-abdução-dedução-indução para a construção de significados dos fenômenos observados em campo ( Belfrage & Hauf, 2017) . As múltiplas interpretações da realidade ( Charmaz, 2017 ; Rakhmawati, 2019) possibilitam a emersão de novas teorias substantivas ou teorias adaptativo-substantivas por meio da comparação e do uso explícito das teorias externas nas sucessivas etapas revisadas de coleta de dados ( Goldkuhl & Cronholm, 2010) .
Validade e confiabilidade da Integrative Grounded Theory
O framework da metodologia de pesquisa Integrative Grounded Theory poderá expandir novas possibilidades de desenvolvimento científico vindo ao encontro da demanda de objetividade dos estudos na área de administração. Sendo assim, torna-se fundamental que um pesquisador abandone a ideia de adotar critérios implícitos, passíveis de não serem compreendidos, passando a adotar processos de investigação explícitos como indicação de boas práticas que possibilitem a compreensão e a replicação do estudo e, principalmente, revelem credibilidade externa e legitimação para uma pesquisa científica (Clegg & Hardy, 1999).
A Tabela 3 apresenta as etapas para a elaboração de um protocolo de pesquisa para a aplicação da metodologia Integrative Grounded Theory .
O conceito de objetividade em pesquisas científicas pode ser avaliado basicamente em termos de validade e confiabilidade. As concepções de validade em pesquisas qualitativas devem ser analisadas em três dimensões ( Kirk & Miller, 1986 ): validade aparente (se o método de pesquisa produz uma informação desejada ou esperada), validade instrumental (combinação entre dados fornecidos por um método de pesquisa e dados gerados por um método alternativo aceito como válido) e validade teórica (legitimidade dos procedimentos de pesquisa em termos de referencial teórico estabelecido). Ollaik e Ziller (2012) trazem uma nova abordagem de validade em pesquisas qualitativas, baseada nos aspectos de validade prévia (fase de formulação da pesquisa), validade interna (fase de desenvolvimento da pesquisa) e validade externa (fase de resultados da pesquisa).
As concepções de confiabilidade em pesquisas qualitativas podem ser observadas nos aspectos de confiabilidade quixotesca (único método de observação que mantém uma medida contínua), confiabilidade diacrônica (estabilidade de uma observação ao longo do tempo) e confiabilidade sincrônica (similaridade de diferentes observações no mesmo período) ( Kirk & Miller, 1986 ). No contexto das pesquisas quantitativas, as concepções de validade referem-se ao grau no qual um teste pode medir de fato o que se pretende de resultado, podendo ser analisadas nos aspectos de validade externa (escolha dos métodos que garantam grau de generalização e de representatividade dos resultados) e de validade interna (precisão de uso dos métodos escolhidos de modo a inferir relações causais entre variáveis) ( Cooper & Schindler, 2003) .
Além disso, as concepções de confiabilidade estão relacionadas à precisão e à relevância do procedimento de mensuração, sendo analisadas nos aspectos de estabilidade (segurança de que os resultados serão consistentes no caso de o mesmo pesquisador usar o mesmo instrumento de mensuração), equivalência (quando diferentes pesquisadores de um mesmo fenômeno o mensuram de forma equivalente) e consistência interna (homogeneidade entre os itens de um mesmo instrumento) ( Cooper & Schindler, 2003 ). É fundamental compreender que a confiabilidade de uma pesquisa quantitativa é um pressuposto para a validade, em qualquer teste de mensuração, o que significa que testes com baixa confiabilidade se tornam automaticamente inválidos.
Considerando os conceitos de validade e confiabilidade em uma pesquisa científica, o estilo positivista não garante a validade total de pesquisa. A ideia de ir a campo com um protocolo de pesquisa ( Strauss & Corbin, 1990 ) também não significa que o problema de pesquisa e a teoria tenham sido definidos a priori . Dentro desse contexto, um protocolo de pesquisa bem estruturado pode auxiliar basicamente na concepção da validade prévia, como proposto anteriormente na Tabela 3 . E, para garantir as validades interna e externa, o pesquisador deverá mostrar suas competências criativas, assim como suas habilidades científicas para o desenvolvimento da pesquisa e a discussão dos seus resultados. Portanto, caberá ao pesquisador interpretar e extrair os conceitos centrais (ou constructos) que farão emergir uma teoria, independentemente se ele utilizou técnicas qualitativas e/ou quantitativas no processo de coleta e/ou análise dos dados.
Existem critérios de qualidade relevantes que permitem assegurar a validade e a confiabilidade em pesquisas qualitativas, a partir da aplicação da Integrative Grounded Theory , conforme a Tabela 4 .
Para ilustrar os conceitos de validade e confiabilidade em pesquisas quantitativas, Alreck e Settle (1995) adotaram uma metáfora de um conjunto de dardos atirados em um alvo central. Analisando o diagrama de Confiabilidade versus Validade, representado pela Figura 3 , a seguir, percebe-se no primeiro quadrante que o indivíduo acerta sempre em torno do mesmo ponto (alta confiabilidade), mantendo os arremessos com precisão (concentrados), porém não acerta o alvo central (baixa validade). Nesse cenário existem precisão e relevância no procedimento de mensuração do teste e incoerência com a proposta de realidade verificada, justificando o deslocamento dos resultados em relação ao objetivo de pesquisa (alvo central). Além disso, no terceiro quadrante o indivíduo não acerta sempre em torno do mesmo ponto (baixa confiabilidade) nem acerta o alvo central (baixa validade). É importante que um pesquisador, ao definir os instrumentos de mensuração da população e/ou da amostra, se preocupe com a existência de fatores externos que possam exercer influências nas variáveis de estudo e que, tendenciosamente, podem ocasionar desvios nos resultados.
No quarto quadrante da Figura 3 , apresenta-se cenário em que o indivíduo não acerta sempre em torno do mesmo ponto (baixa confiabilidade), apesar de posicionar os arremessos em uma área central (alta validade). Esse cenário mostra que não existem precisão e relevância no procedimento de mensuração do teste, apesar de haver coerência com a proposta de realidade verificada.
Por fim, no segundo quadrante o indivíduo acerta sempre em torno do mesmo ponto (alta confiabilidade), também acertando o alvo central (alta validade), revelando um cenário ideal no qual existem precisão e relevância no procedimento de mensuração do teste e coerência com a proposta de realidade verificada.
O diagrama de Confiabilidade versus Validade é apresentado na Figura 3 .
A validade de uma pesquisa científica a partir da aplicação da metodologia de pesquisa Grounded Theory diz respeito à confiança sobre as decisões de formulação (elaboração de um protocolo de pesquisa), desenvolvimento (coleta, tratamento e análise de dados empíricos com a utilização de técnicas qualitativas e/ou quantitativas) e resultados de pesquisa (extração de conceitos centrais para emersão de teoria), assim como a necessidade de o pesquisador explicar de que forma compreende a realidade do fenômeno social e/ou organizacional investigado, revelando com detalhes a definição dos constructos para a emersão de uma teoria. Para Ikeda (2009) , a validade traz uma verdade interpretada de forma equivalente à capacidade de um relatório documental representar o fenômeno social e/ou organizacional investigado. No que diz respeito à confiabilidade, deve-se avaliar as questões de regularidade, relevância e precisão no processo de execução da pesquisa científica, além da consistência em se avaliar um fenômeno social e/ou organizacional no mesmo ou em diferentes contextos de realidade por outro pesquisador ( Gaskell & Bauer, 2002 ).
Por fim, enquanto o paradigma tradicional quantitativo vincula a confiabilidade ( reliability ) na suposição de replicabilidade de um estudo, pelo mesmo ou por outro pesquisador ( Maclennan & Avrichir, 2012 ), a abordagem qualitativa vincula a confiabilidade ( dependability ) na necessidade de um pesquisador explicar minuciosamente todos os passos de um processo de pesquisa. Para Flick (2009) , a confiabilidade será tanto melhor quanto mais documentado for o processo de pesquisa.
Uma visão multiparadigmática da Integrative Grounded Theory na administração
A administração como ciência apresenta como objeto de estudo compreender a complexidade dos fenômenos de ordem social, do estudo e da melhoria da coordenação e do controle de atividades humanas associadas. (Thomson, 1956; Whitley, 1977 ) A Tabela 5 apresenta o continuum dos paradigmas, uma vez que realizar uma investigação científica envolve escolhas relativas às concepções filosóficas, às estratégias de pesquisa e aos métodos específicos ( Creswell, 2010 , 2013 ).
Nas ciências sociais aplicadas existe um entendimento acerca da existência ou não de paradigmas, uma vez que a questão temporal da administração revela que seus estudos são relativamente recentes (Damke & Walter & Silva, 2010). Entretanto, a parte prática da ciência da administração pode estar presente nas chamadas “novas epistemologias”, uma vez que afrontam as ciências não controversas e paradigmáticas, o que significa que tudo que admite ou necessita de significado passa pelo crivo da hermenêutica interpretativa ( Harding, 1998, 2008 , 2008; Demo, 2011) .
No contexto da abordagem integrativa, a Grounded Theory pode perpassar do extremo positivista, na visão de Strauss e Corbin (1990) e Glaser (2008) , ao extremo interpretativista, na visão de Glaser e Strauss (1967) e Glaser (1992 , 2004 ), de acordo com critérios preestabelecidos pelo pesquisador no protocolo de pesquisa, para fazer emergir teorias substantivas ou teorias adaptativo-substantivas, revelando uma visão multiparadigmática dessa metodologia de pesquisa quando aplicada à área de administração.
Conclusões
A Grounded Theory tem sido pouco utilizada em estudos sobre contextos organizacionais, sendo que a ausência de um mainstream de aplicação na área de administração pode trazer riscos aos pesquisadores que se “aventuram” em novos caminhos científicos. Vale ressaltar que essa metodologia favorece algumas condições de dificuldade na fase de interpretação de dados para a extração de conceitos centrais que expliquem de maneira objetiva um fenômeno social e/ou organizacional. Para isso, entende-se que o pesquisador deve estar preparado para um trabalho de campo intensivo, de longa duração, de natureza complexa e conflitante ( Bryant, 2002 ).
O eixo do trabalho de interpretação de dados empíricos pode ainda trazer inúmeras dúvidas ao pesquisador, revelando seu papel crítico e desafiante ao longo de todo o processo de pesquisa, uma vez que deverá interagir de forma intensa com a realidade dos sujeitos para fornecer uma explicação plausível ao fenômeno social e/ou organizacional, sem forçar ou distorcer a leitura da realidade. De fato, tais habilidades técnico-científicas podem ser adquiridas somente com a maturidade e a experiência do pesquisador. Nesse sentido, este estudo contribui ao apontar as semelhanças e distinções entre as duas vertentes seminais da Grounded Theory . O autor que se propuser a utilizar a metodologia deve estar atento às bases ontológicas e processuais da linha de ação da Grounded Theory escolhida. Adicionalmente, o texto apresenta alguns desdobramentos do método que podem apresentar formas alternativas em sua utilização.
Vale ressaltar que a proposta de aplicação da metodologia de pesquisa Integrative Grounded Theory tem como objetivo o desenvolvimento de uma teoria a partir de dados empíricos. Se o pesquisador, por algum motivo, não conseguir extrair conceitos centrais na fase de categorização axial, seu esforço em todo o processo de pesquisa poderá não gerar os resultados esperados para a emersão da teoria ou, ainda, se tentar forçar essa emersão poderá sofrer questionamentos sobre a sua postura ética ( Bianchi & Ikeda, 2008 ).
A discussão da metodologia de pesquisa Integrative Grounded Theory em administração propõe minimizar algumas críticas recorrentes em relação à aplicação da Grounded Theory , especialmente no tocante à ida do pesquisador a campo de forma vazia, sem sensibilização teórica para a estruturação de um protocolo de pesquisa. Essa aplicação pode tornar-se uma opção promissora no campo do desenvolvimento científico, revelando potencialidades no sentido de proporcionar maior flexibilidade e liberdade de criação ao pesquisador. Os pressupostos ontológicos e metodológicos são deixados à opção de escolha do pesquisador, que inclusive pode mesclar métodos de pesquisa para coleta e/ou análise de dados ( mixed-methogology ), propondo o uso combinado e sequencial de técnicas quantitativas e qualitativas (ou vice-versa). Desta forma, essa metodologia pode revelar-se como uma opção robusta para gerar teorias substantivas e/ou teorias adaptativo-substantivas em administração. Espera-se que futuros estudos possam surgir com a aplicação do framework da Integrative Grounded Theory , mostrando um novo caminho científico para a emersão de teorias que possam incorporar soluções criativas e inovadoras ao mundo organizacional.
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
14 Ago 2023 -
Data do Fascículo
Jul-Sep 2023
Histórico
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Recebido
06 Ago 2022 -
Aceito
20 Dez 2022