Open-access Influência de semeaduras sucessivas de feijoeiro na severidade da mancha-angular e ferrugem e perdas na produção

Influence of successive bean plantings on the severity of angular leaf spot and rust and yield losses

Resumos

A mancha-angular (Phaeoisariopsis griseola) e a ferrugem (Uromyces appendiculatus) são algumas das mais prejudiciais doenças do feijoeiro na região do Triângulo Mineiro, Minas Gerais. O objetivo deste estudo foi determinar a influência das semeaduras sucessivas na severidade da mancha-angular e da ferrugem, bem como as perdas na produção em decorrência dessas doenças. Os experimentos foram conduzidos em condições de campo, nas safras outono-inverno (1994) e das águas (1994/95), cada uma com três semeaduras sucessivas de feijão. A severidade da mancha-angular e da ferrugem aumentou significativamente da primeira para a terceira semeadura, atingindo nível mais elevado na última. As semeaduras anteriores foram a fonte de inóculo para os cultivos subseqüentes. Aplicações de fungicida foram eficientes no controle das doenças, permitindo um aumento significativo da produção de grãos, quando comparado com o controle. A mancha-angular apresentou maior incidência no outono-inverno e nas águas, e a ferrugem, apenas no outono-inverno. Nessas safras as condições climáticas (temperatura e umidade relativa) favoreceram a evolução das doenças, resultando num aumento da severidade. Houve uma correlação negativa e altamente significativa entre a severidade da mancha-angular e da ferrugem com a produção de grãos nas duas safras.

Phaseolus vulgaris; Phaeoisariopsis griseola; Uromyces appendiculatus; fungicida; produção de grãos


Angular leaf spot (Phaeoisariopsis griseola) and rust (Uromyces appendiculatus) are some of the most damaging bean diseases in the region of Triângulo Mineiro, State of Minas Gerais, Brazil. The experiments were conducted under field conditions during the 1994 dry season (under sprinkler irrigation) and 1994/95 rainy season, with three bean planting dates in each season. The purpose of this study was to determine the influence of these sequential plantings on the severity of angular leaf spot and rust in field beans, as well as the yield reduction caused by these diseases. The severity of angular leaf spot and rust increased significantly from the first to the third planting time and reached the highest severity in the third. Previous bean cultivation were the source of inoculum for the subsequent plantings. Fungicide applications were efficient in controlling both diseases. Bean grain yield was significantly higher when fungicide was used compared to the untreated control. Angular leaf spot showed the highest severity in both dry and rainy season. The rust, only in the 1994 in the dry season. The seasons showed climatic conditions (temperature and relative humidity) more favorable for diseases evolution, resulting in increase of severity. A negative and highly significant correlation was observed between the severity of angular leaf spot and rust with the grain yield in the two seasons.

Phaseolus vulgaris; Phaeoisariopsis griseola; Uromyces appendiculatus; fungicide; grain yield


INFLUÊNCIA DE SEMEADURAS SUCESSIVAS DE FEIJOEIRO NA SEVERIDADE DA MANCHA-ANGULAR E FERRUGEM E PERDAS NA PRODUÇÃO1

FABRÍCIO DE ÁVILA RODRIGUES2, JONAS JÄGER FERNANDES3 e MAURÍCIO MARTINS3

RESUMO - A mancha-angular (Phaeoisariopsis griseola) e a ferrugem (Uromyces appendiculatus) são algumas das mais prejudiciais doenças do feijoeiro na região do Triângulo Mineiro, Minas Gerais. O objetivo deste estudo foi determinar a influência das semeaduras sucessivas na severidade da mancha-angular e da ferrugem, bem como as perdas na produção em decorrência dessas doenças. Os experimentos foram conduzidos em condições de campo, nas safras outono-inverno (1994) e das águas (1994/95), cada uma com três semeaduras sucessivas de feijão. A severidade da mancha-angular e da ferrugem aumentou significativamente da primeira para a terceira semeadura, atingindo nível mais elevado na última. As semeaduras anteriores foram a fonte de inóculo para os cultivos subseqüentes. Aplicações de fungicida foram eficientes no controle das doenças, permitindo um aumento significativo da produção de grãos, quando comparado com o controle. A mancha-angular apresentou maior incidência no outono-inverno e nas águas, e a ferrugem, apenas no outono-inverno. Nessas safras as condições climáticas (temperatura e umidade relativa) favoreceram a evolução das doenças, resultando num aumento da severidade. Houve uma correlação negativa e altamente significativa entre a severidade da mancha-angular e da ferrugem com a produção de grãos nas duas safras.

Termos para indexação: Phaseolus vulgaris, Phaeoisariopsis griseola, Uromyces appendiculatus, fungicida, produção de grãos.

INFLUENCE OF SUCCESSIVE BEAN PLANTINGS ON THE SEVERITY OF ANGULAR LEAF SPOT AND RUST AND YIELD LOSSES

ABSTRACT - Angular leaf spot (Phaeoisariopsis griseola) and rust (Uromyces appendiculatus) are some of the most damaging bean diseases in the region of Triângulo Mineiro, State of Minas Gerais, Brazil. The experiments were conducted under field conditions during the 1994 dry season (under sprinkler irrigation) and 1994/95 rainy season, with three bean planting dates in each season. The purpose of this study was to determine the influence of these sequential plantings on the severity of angular leaf spot and rust in field beans, as well as the yield reduction caused by these diseases. The severity of angular leaf spot and rust increased significantly from the first to the third planting time and reached the highest severity in the third. Previous bean cultivation were the source of inoculum for the subsequent plantings. Fungicide applications were efficient in controlling both diseases. Bean grain yield was significantly higher when fungicide was used compared to the untreated control. Angular leaf spot showed the highest severity in both dry and rainy season. The rust, only in the 1994 in the dry season. The seasons showed climatic conditions (temperature and relative humidity) more favorable for diseases evolution, resulting in increase of severity. A negative and highly significant correlation was observed between the severity of angular leaf spot and rust with the grain yield in the two seasons.

Index terms: Phaseolus vulgaris, Phaeoisariopsis griseola, Uromyces appendiculatus, fungicide, grain yield.

INTRODUÇÃO

O feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) constitui-se numa cultura de grande importância econômica e social no Brasil, pois representa a fonte de proteína vegetal mais significativa da alimentação do brasileiro.

Na produção de feijão no país predominam duas safras: a das águas, com semeaduras realizadas de outubro a novembro, e a da seca, com semeaduras de janeiro a março. A partir de 1981, começou a ter expressão no país a chamada safra de inverno ou de terceira época (semeaduras de abril a agosto), com produtividade de três a quatro vezes maior do que a obtida nas safras tradicionais, com a característica de ser utilizada a irrigação por aspersão (Sartorato et al., 1982).

O feijoeiro é afetado por várias doenças, as quais contribuem para o seu baixo rendimento. A mancha-angular-do-feijoeiro, causada pelo fungo Phaeoisariopsis griseola (Sacc.) Ferr., ocorre na maioria das regiões produtoras de feijão do Brasil, principalmente na safra da seca. Essa doença é atualmente um dos principais problemas para a cultura do feijão em áreas irrigadas (Vale et al., 1997). As perdas variam de 7,9 a 11,5%, dependendo da resistência da cultivar de feijoeiro (Sartorato & Rava, 1992). No Paraná, a mancha-angular vem merecendo atenção, principalmente em regiões agrícolas que fazem o plantio consecutivo de variedades suscetíveis (Carneiro et al., 1997).

A ferrugem-do-feijoeiro, causada pelo fungo Uromyces appendiculatus (Pers.) Unger, também tem ocorrência em todas as regiões produtoras de feijão do país. De acordo com Nasser (1976), Zambolim et al. (1982), Carrijo et al. (1980) e Costa (1985), as perdas variam, em média, de 21 a 68%, as quais dependem do estádio vegetativo do feijoeiro. O cultivo do feijoeiro no outono-inverno associado a temperaturas mais baixas tem favorecido o desenvolvimento da ferrugem.

Ambas as doenças são controladas utilizando certas práticas culturais, como a rotação de cultura, remoção de resíduos culturais e variação da época de plantio, associadas ao uso de cultivares resistentes e à aplicação de fungicidas específicos quando necessários (Cardoso, 1988; Sartorato, 1988; Vale et al., 1997).

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência de semeaduras sucessivas de feijão, na severidade da mancha-angular e da ferrugem, bem como as perdas na produção, nas safras de outono- inverno e das águas.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi instalado e conduzido na Fazenda Experimental do Glória, pertencente à Universidade Federal de Uberlândia.

As semeaduras foram realizadas em duas safras: outono-inverno e das águas, correspondendo respectivamente ao período de 5/4 a 24/8/1994 e de 13/10 a 14/2/1995, com três datas de semeadura em cada safra: 5/4, 25/4 e 16/5/94 para o outono-inverno e 13/10, 3/11 e 23/11/1994 para a das águas, com um intervalo de 22 dias entre elas. A área experimental foi preparada com uma aração profunda, seguida de duas gradagens. As semeaduras foram realizadas manualmente em sulcos que receberam 350 kg/ha da fórmula 4-14-8, na adubação de plantio, e na adubação de cobertura, aos 22 dias após a germinação, utilizando-se 200 kg/ha de sulfato de amônio. A cultura foi mantida no limpo durante todo o seu ciclo, com capinas semanais e aplicação de herbicida Basagran (1,5 L/ha), na pós-emergência. Aos cinco dias após a germinação fez-se o desbaste das plantas, deixando 15 plantas por metro linear. O experimento realizado no outono- inverno foi inteiramente irrigado, e o das águas recebeu irrigação suplementar inicialmente mediante aspersores instalados na área cultivada, com uma lâmina d'água aplicada de 25 a 30 mm e um turno de rega de três dias.

As observações climáticas como: temperaturas máximas e mínimas, umidade relativa compensada das 24 horas, precipitação pluvial (mm) e número total de dias com precipitação em cada mês, representadas na Tabela 1, foram obtidas no 5o Distrito Meteorológico, Estação de Uberlândia, MG (No 85.527), localizada no Parque do Sabiá.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com três repetições em esquema de parcelas subsubdivididas no tempo. As parcelas corresponderam às três épocas de semeadura em cada safra; as subparcelas, à pulverização ou não com Mancozeb (2 kg p.c./ha), e as subsubparcelas foram as cultivares Ônix e Carioquinha. Todas as subsubparcelas receberam aplicações semanais de Methamidophos (1,25 Lt p.c./ha), a partir de 15 dias após a germinação. Cada subsubparcela foi composta de quatro linhas de quatro metros de comprimento e espaçamento de 0,5 metros entre linhas.

A severidade da mancha-angular e da ferrugem foi verificada a partir de avaliação visual em cada subsubparcela como um todo, utilizando-se uma escala de notas variando de 1 a 9, onde 1 = 0% de área foliar infectada e 9 = 100% de área foliar infectada (Rava & Sartorato, 1982). Tais doenças foram avaliadas no estádio R8, quando as vagens estavam com o crescimento máximo e as sementes em desenvolvimento, seguindo as etapas de desenvolvimento do feijoeiro proposto por Fageria (1989).

A colheita foi realizada no estádio R9, quando a maioria das vagens atingiram a maturação, colhendo-se as duas linhas centrais de cada subsubparcela, desprezando-se 0,5 m de cada extremidade, num total de área útil de 3,0 m2. Em seguida, realizou-se uma secagem ao ar livre, com posterior debulha e pesagem dos grãos.

Os dados da severidade de mancha-angular e de ferrugem, além dos de produção, foram submetidos à análise de variância e comparação de médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Também foi determinada a correlação entre o rendimento e a severidade de mancha-angular e de ferrugem.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise de variância referente aos dados de severidade de mancha-angular e de ferrugem, bem como da produção de feijão, pelo teste F, revelou diferenças significativas apenas quanto a épocas de semeadura, cultivares e aplicação ou não de fungicida.

No outono-inverno, a mancha-angular ocorreu com menor severidade em 5/4, porém não diferindo de 25/4, mas ambas diferiram da semeadura realizada em 16/5, conforme mostra a Fig. 1. Nas safras das águas, as três épocas de semeadura foram significativamente diferentes entre si. De todas elas, a realizada em 23/11 foi a que apresentou a maior severidade (Fig. 1).


A maior severidade de mancha-angular em 16/5 (outono-inverno) e 23/11 (águas) pode ser explicada pelo aumento do potencial de inóculo e dos focos primários de infecção, oriundos das culturas anteriores, as quais contribuíram para a permanência e o aumento do patógeno na área cultivada e a sua contínua disseminação.

As temperaturas ocorridas nessas safras (Tabela 1), de certa forma favoreceram o desenvolvimento da doença. Temperaturas máximas de 29oC e mínimas de 16oC, com um ótimo de 24oC, são requeridas para que ocorra infecção pelo fungo (Cardona-Alvarez & Walker, 1956; Campos & Fucikovsky, 1980). Além da temperatura favorável, a incidência de chuvas ou períodos de alta umidade relativa e o sistema agrícola utilizado, contribuem para a epidemia da doença (Cardona-Alvarez & Walker, 1956; Díaz et al., 1965). A mancha-angular tem sido verificada com mais freqüência no outono-inverno, em virtude do uso da irrigação por aspersão e da diminuição do intervalo entre as épocas de cultivo, favorecendo o aumento do potencial de inóculo (Sartorato, 1988).

Pode-se constatar que o uso da irrigação por aspersão no outono-inverno e a maior ocorrência e freqüência de chuvas nas águas (Tabela 1), associado à contínua produção de inóculo pelas semeaduras sucessivas e temperatura favorável, foram fatores essenciais para o aumento da severidade da mancha-angular. Segundo Vale & Zambolim (1996), a chuva e a água de irrigação desempenham papéis importantes para a ocorrência de epidemias.

Com relação à ferrugem, as duas primeiras épocas de semeadura apresentaram a menor severidade e diferiram significativamente da terceira semeadura nas duas safras de cultivo (Fig. 2).


A seqüência de culturas também foi responsável pelo aumento da severidade de ferrugem nas semeaduras realizadas em 16/5 e 23/10 nas duas safras. A ferrugem, por sua vez, apresentou maior incidência no outono-inverno do que nas águas. No outono-inverno, as temperaturas (principalmente as mínimas) favoreceram o desenvolvimento da doença (Tabela 1). Mendes & Bergamin Filho (1989) verificaram que o menor período latente da ferrugem ocorreu a 21oC, enquanto a maior severidade foi obtida a 17oC. No outono-inverno, com o uso da irrigação por aspersão, as folhas do feijoeiro permanecem molhadas o tempo suficiente para permitir a infecção pelo fungo (Vale & Zambolim, 1996), e a ocorrência de baixas temperaturas (em torno de 17oC) fez com que a ferrugem comprometesse seriamente a produção.

A menor severidade da ferrugem nas águas poderia ser explicada pela ocorrência de temperaturas um pouco desfavoráveis ao processo de infecção, mesmo com a presença de umidade garantida pelas chuvas (Tabela 1). Temperaturas acima de 24oC reduziram a severidade da ferrugem, mesmo sob período adequado de molhamento foliar, conforme observado por Mendes & Bergamin Filho (1989). O número de horas que as plantas permanecem molhadas não parece ser mais importante do que a temperatura para a infecção de Uromyces appendiculatus (Vale & Zambolim, 1996).

No outono-inverno, a semeadura realizada em 5/4 apresentou a maior produtividade (Fig. 3), diferindo significativamente das outras duas épocas de semeadura. No período das águas, as duas primeiras semeaduras foram as que apresentaram as maiores produtividades, e embora não diferissem entre si, foram significativamente diferentes da terceira época (Fig.3). As menores produções em 25/4 e 16/5, no outono-inverno, e em 23/11, nas águas, podem ser atribuídas à maior severidade da mancha-angular e da ferrugem em tais semeaduras (Figs. 1 e 2). Embora tenha ocorrido uma maior produção de grãos em 13/10 e 3/11, nas águas, foram de qualidade inferior aos da safra outono-inverno.


Com a aplicação do fungicida Mancozeb houve um decréscimo significativo da severidade da mancha-angular e da ferrugem, exceto na ocorrência da ferrugem nas águas (Tabela 2). De acordo com Sartorato et al. (1983), o uso do Mancozeb para o controle da ferrugem e da mancha-angular, apresenta uma ação preventiva eficiente, porém com uma pequena ação curativa.

Das cultivares utilizadas, a Carioquinha foi a mais suscetível às doenças estudadas, todavia, a cultivar Ônix apresentou maior severidade de ferrugem nas águas (Tabela 2). O uso de fungicida para controlar tais enfermidades contribuiu para o aumento significativo da produção do feijoeiro (Tabela 2). A cultivar Ônix mostrou-se mais produtiva.

Tanaka & Junqueira Neto (1982) e Goulart (1990) observaram que o uso de fungicidas específicos no controle dessas doenças, aliado a diferentes métodos de controle, proporcionou ganhos na produção de feijão. Ito et al. (1995) obtiveram um maior peso de 100 sementes aplicando os fungicidas Chlorothalonil e Mancozeb no controle da ferrugem. Pela Tabela 3, observa-se uma correlação negativa e significativa entre a severidade da mancha-angular e da ferrugem com a produção, indicando a influência das enfermidades em reduzir a produção de grãos.

CONCLUSÕES

1. O plantio escalonado nas safras outono-inverno e águas aumenta consideravelmente a severidade da mancha-angular e da ferrugem.

2. A incidência da mancha-angular é verificada nas duas safras, as quais revelam condições climáticas essenciais ao desenvolvimento da doença; a ferrugem incide mais sobre a safra outono-inverno, pela ocorrência de temperaturas mais baixas e pelo uso da irrigação.

3. O uso de fungicida controla eficientemente a mancha-angular e a ferrugem, aumentando de maneira significativa a produção do feijoeiro.

REFERÊNCIAS

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  • 1
    Aceito para publicação em 31 de agosto de 1998.
    2
    Eng. Agr., Dep. de Fitopatologia, Universidade Federal de Viçosa (UFV), CEP 36570-000 Viçosa, MG. E-mail:
    3
    Eng. Agr., Dep. de Agronomia, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Caixa Postal 593, CEP 38400-902 Uberlândia, MG.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      03 Jan 2006
    • Data do Fascículo
      Ago 1999

    Histórico

    • Aceito
      31 Ago 1998
    • Recebido
      31 Ago 1998
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