Resumo
Respostas extremas e ausência de linearidade podem reduzir a validade de escores de depressão. Para abordar esse problema, este estudo teve por objetivo explorar a estrutura de classes latentes da Escala Baptista de Depressão (EBADEP) e a influência do viés de respostas extremas. Participaram 1.137 estudantes universitários brasileiros (M = 26 anos, DP = 7,3). A análise taxométrica indicou resultados ambíguos, sem um ajuste explicitamente melhor para uma estrutura dimensional ou categórica. Foram identificadas três classes latentes: a primeira, composta de participantes que tenderam a endossar itens de tristeza, angústia, negativismo e baixa autoeficácia; a segunda, de indivíduos com níveis baixos de sintomas; a terceira, com escores intermediários nos itens. Não foram encontradas relação entre as classes latentes e o estilo de respostas extremas. Participantes que relataram um diagnóstico de depressão apresentaram maior probabilidade de pertencer à primeira classe latente. Os resultados evidenciam a utilidade clínica da estrutura de classes latentes para a EBADEP.
Palavras-chave:
transtornos do humor; viés do teste; depressão; avaliação psicológica; testes psicológicos