Resumo
A pandemia vem afetando intensamente a qualidade de vida e condições laborais dos trabalhadores da saúde (TS). Este estudo teve por objetivo compreender as vivências de 16 profissionais da medicina, enfermagem e fisioterapia que atuam na “linha de frente” do novo coronavírus. Empregou-se desenho fenomenológico. Os resultados foram organizados em quatro eixos: (a) o impacto da chegada; (b) desgaste progressivo; (c) medo e enfrentamento e (d) repensando a morte e a vida. Destacam-se vivências de angústia, ansiedade, depressão, agravos à saúde física e psicológica. Foi possível observar que a falta de coordenação nacional somada a posicionamentos políticos anticientíficos foi sentida como agravante das demandas laborais e que a impotência diante da doença implicou repensar o sentido da vida e da morte. Com base no modelo JD-R, fica evidente a necessidade de ampliar recursos e suporte emocional aos TS a fim de administrar adequadamente os Fatores Psicossociais de Risco no Trabalho.
Palavras-chave:
saúde ocupacional; stress; saúde pública; administração hospitalar; fenomenologia