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Loucura e Ancoragem na Imprensa Brasileira: Estudo em Representação Social

Resumo

A Reforma Psiquiátrica Brasileira visou introduzir novas formas de pensar a loucura, trazendo outros sentidos sobre a saúde mental, no entanto, observa-se nas comunicações cotidianas o uso das expressões louco e loucura para adjetivar acontecimentos sociais ou comportamentos diferentes. Este estudo teve como objetivo investigar os principais conteúdos e crenças que ancoram as representações sociais da loucura em um jornal impresso. Realizou-se uma Análise de Conteúdo Temática com 846 matérias do jornal Folha de São Paulo dos anos de 1978 e 2018. Construíram-se sete categorias que ancoram a ideia de loucura: Excêntrico, Imprevisível, Intenso, Irracional, Violento, Subversivo e Transgressor. As matérias reforçam o estigma da loucura como algo divergente, estranho. A construção de uma ancoragem inversa fundamenta as representações da loucura demarcando o distanciamento entre os “normais” e os “loucos”. Concluiu-se que a loucura ainda é compreendida a partir da desvalorização e desmerecimento social, acarretando em práticas de exclusão.

Palavras-chave:
loucura; jornais; representação social

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