RESUMO
As instituições de ensino superior públicas são responsáveis pela edição da maioria dos periódicos científicos no Brasil. Os professores dos programas de pós-graduação realizam voluntariamente a gestão do fluxo editorial. Este artigo discute o aporte institucional em termos financeiros, humanos, físicos e tecnológicos recebidos pelos editores, necessários ao atendimento das boas práticas editoriais. É uma pesquisa de natureza aplicada, com fins exploratórios e descritivos, realizada com 95 editores vinculados à Associação Brasileira de Editores Científicos. Os resultados obtidos apontam as lacunas existentes no aporte institucional recebido, principalmente quanto ao estabelecimento de critérios técnicos para a seleção, permanência e renovação do editor; à preservação digital; à insuficiência dos recursos financeiros para a autossustentação dos periódicos e até mesmo em relação à própria formalização dos periódicos junto às instituições editoras. As conclusões evidenciam que parte das necessidades dos editores não é suprida por uma questão de responsabilidade dupla: de um lado os editores, que iniciam esta atividade sem formação ou capacitação na área editorial, o que os deixa vulneráveis às próprias intempéries da função; de outro, as próprias instituições que, por não possuírem um enquadramento específico para a função, sofrem dos mesmos problemas de desconhecimento do aporte institucional necessário à editoria científica.
Palavras-chave:
Publicação Científica; Revistas Científicas; Editor Científico; Gestão Editorial; Aporte Institucional