Este estudo tem como tema as estratégias de localização da vida subjetiva a partir de uma perspectiva de construção histórico-social. Seu objetivo foi o de discutir a localização da vida subjetiva levando em conta suas variações históricas, buscando as raízes da construção da noção de interioridade bem como procurando evidenciar o deslocamento recente nas experiências subjetivas para o que poderia ser denominado um pólo mais externalista. Partindo da análise de autores que estudaram o surgimento da subjetividade interiorizada e intimista bem como daqueles que vêm se debruçando sobre as transformações nas subjetividades contemporâneas, foram enfocadas as idéias de interioridade e exterioridade, que são aqui consideradas construções histórico-sociais. Discutiram-se algumas matrizes que justificam a importância que a internalidade teve e tem na construção das identidades modernas: noções de internalidade como fonte da verdadeira identidade dos indivíduos, como fonte de moralidade, de liberdade, além da noção de internalidade enquanto local do encantamento e da motivação pulsional para se viver. Além disso, destacou-se o movimento recente que vem modificando esse solo, evidenciando-se os elementos que estão constituindo a passagem dos referenciais identitários internalistas para outros mais externalizados, menos intimistas.
Subjetividade; Cultura; Interioridade; Exterioridade