RESUMO
A busca dos idosos por serviços de saúde tem aumentado exponencialmente devido ao crescimento populacional e às mudanças no perfil epidemiológico. Em função das especificidades dessa fase da vida, compõem um público que requer cuidado especializado. Assim como em outras faixas etárias, os idosos estão expostos a problemáticas emocionais com que por vezes não conseguem lidar sozinhos e necessitam de acompanhamento psicológico, que pode ser prestado por meio de ambulatórios em serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). No campo da Psicologia, a psicoterapia com idosos ainda é um tema pouco discutido, o que designa ao profissional desafios práticos. Frente a essas questões, neste trabalho investiga-se sua atuação na psicoterapia com idosos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa em que foram realizadas entrevistas semiestruturadas com sete profissionais de Psicologia que atuam em um ambulatório público de um hospital-escola em Pernambuco. Utilizou-se a análise de conteúdo de Minayo para empreender a análise das entrevistas. Foram discutidas as principais demandas que chegam aos profissionais no contexto pesquisado, bem como o manejo delas. Verificou-se que os estereótipos envolvendo a pessoa idosa interferem na condução do processo terapêutico, principalmente de forma negativa. Ficou evidente o grande número de idosos com sintomas depressivos que buscam acompanhamento psicológico. A pesquisa abriu a possibilidade de discutir sobre o alcance da atuação profissional, as limitações e as possibilidades de avanço, além de ter evidenciado a necessidade de preparo, na área da Psicologia clínica, para manejar as questões referentes ao envelhecimento.
Palavras-chave:
Idoso; Psicoterapia; Ambulatório; SUS