Resumo
A vida universitária de mulheres mães apresenta questões que precisam ser mediadas quando comparadas com a mesma dinâmica em estudantes que não são mães. O referencial teórico da psicodinâmica do trabalho reconhece o estudar e o maternar como trabalho, pois demandam esforço cognitivo, físico e temporal com finalidade social. O objetivo deste artigo foi avaliar os danos advindos desses dois trabalhos, sobretudo, em suas dimensões física, psicológica e social, na vida de mães universitárias com filhos de até cinco anos de idade. Utilizou-se a metodologia quantitativa com ajuda da aplicação da Escala de Avaliação dos Danos Relacionados ao Trabalho (EADRT), e adaptada para o contexto estudantil e materno. A pesquisa foi respondida por 453 mães universitárias. Dessa forma, foi encontrada uma amostra heterogênea, cujas respostas apontaram para diferenças na percepção dos danos; correlações dos fatores; e associações com as variáveis sociodemográficas. Logo, discute-se a presença de danos físicos, sociais e psicológicos considerados graves para as duas atividades. No entanto, quando as mães universitárias residem com um companheiro ou têm maior renda, os danos sociais e psicológicos se mostraram menores. Com efeito, esta pesquisa ampliou o conhecimento sobre quem são as mães brasileiras na graduação e que tipo/grau de danos à saúde elas vivenciam, destacando que o acúmulo dos dois papéis acarreta níveis críticos que podem ser atenuados pelo apoio familiar e pela assistência às questões de vulnerabilidade econômica. Por fim, reforça-se a preocupação em analisar cientificamente essas realidades, servindo de embasamento para políticas públicas e estratégias futuras de intervenção.
Palavras-Chave: Mãe universitária; Danos; Trabalho
Abstract
The student life of college mothers shows complementary issues that need to be evaluated when compared with the same dynamic in students that are not mothers. The theoretical framework of the psychodynamics of work recognizes studying and mothering occupations as work activities, since they demand cognitive, physical, and temporal effort with a social purpose. The aim of this article was to assess the damage arising from these two workloads, especially, in their physical, psychological, and social dimensions, to the lives of women undergraduate students who have children up to five years old. We used a quantitative methodology with the application of the Work-Related Damage Assessment Scale (EADRT), adapted to the university and maternity context. The scale was answered by 453 college student mothers. Thus, we found a heterogeneous sample, whose answers pointed to variations in the perception of damage; correlations between factors; and connections with the socio demographic variables. Therefore, we discuss the presence of physical, social, and psychological damages considered severe for both activities. However, when the student mothers live with a partner or have a higher income, the social and psychological damage are lesser. In conclusion, this study expanded the knowledge about who are the Brazilian undergraduate student mothers and the type/degree of damages to their health they experienced, highlighting that the build-up of the two roles leads to critical levels that can be mitigated by family support and by assistance to issues concerning economic vulnerability. Finally, the importance to scientifically analyze these realities, serving as foundation for public policies and future intervention strategies, is reinforced.
Keywords: College student mothers; Damage; Work
Resumen
La vida universitaria de madres tienen demandas diferentes que necesitan discusión en la comparación con la vida universitaria de mujeres que no son madres. El marco teórico de la psicodinámica de trabajo reconoce el papel de madre y de estudiante como trabajos, ya que para hacerlos se requiere esfuerzo cognitivo, físico y temporal, con finalidad social. El objetivo de este estudio es avaliar los daños que acompañan estos dos trabajos en sus dimensiones física, psicológica y social, en la vida de mujeres brasileñas estudiantes de grado que tienen hijos de hasta 5 años de edad. Se utilizó la metodología cuantitativa a partir de la aplicación de la Escala de Evaluación de Daños Relacionados al Trabajo (EADRT), adaptada al contexto estudiantil y de maternidad. La encuesta fue respondida por 453 madres universitarias. Como resultado, se encontró una muestra heterogénea, con diferencias entre la percepción de daños, correlaciones entre los factores y asociaciones entre los daños y variables sociodemográficas. Se discute la presencia de daños físicos, sociales y psicológicos considerados graves para los dos papeles. Sin embargo, cuando las madres universitarias viven con un compañero o tienen ingresos más grandes, los daños sociales y psicológicos son menores. Se concluye que este estudio permitió ampliar el conocimiento acerca de las madres brasileñas en el grado y qué tipo/nivel de los daños a la salud tienen, que destaca que la acumulación de los papeles genera niveles críticos que pueden ser mitigados por el apoyo familiar y asistencia en cuestiones de vulnerabilidad económica. Se destaca la preocupación por analizar científicamente las realidades de madres universitarias, sirviendo de base para políticas públicas y estrategias de intervenciones futuras.
Palabras clave: Madre universitaria; Daños; Trabajo
Introdução
Este artigo pretende identificar os danos advindos dos trabalhos de estudar e ser mãe ao mesmo tempo. Nessa esteira, a relação entre estudo e maternidade será analisada, sobretudo, em suas dimensões física, psicológica e social, nas vidas de mães universitárias com filhos de até cinco anos de idade. Na construção desta pesquisa, esperou-se encontrar graves comprometimentos relacionados à saúde física, psicológica e social das estudantes. Como referencial teórico metodológico, foi escolhida a psicodinâmica do trabalho, que reconhece tanto o estudar quanto o maternar como atividades de trabalho, compreendendo que ambas exigem esforços cognitivos, físicos e temporais, além da finalidade social atribuída a essas funções (Antloga, Monteiro, Maia, Porto, & Maciel, 2020; Bentes, Assunção, Cassimiro, Monteiro, Antloga, 2020; Dorna & Muniz, 2018; Oliveira, Nunes, & Antloga, 2019).
Após décadas de lutas, as mulheres conquistaram seu espaço no mercado de trabalho remunerado, apesar de todos os obstáculos, dificuldades e mesmo preconceitos que enfrentaram/enfrentam no ambiente profissional (Brito, Avena, Portilho, Pereira, & Quintanilha, 2021). Com o desenvolvimento do capitalismo neoliberal, a perspectiva de inserção formal passou a ser acompanhada, sobretudo, pela exigência de um diploma. Dessa forma, criou-se a necessidade da formação superior como requisito básico para obtenção/manutenção de um vínculo empregatício.
Segundo o Censo de Educação Superior de 2020, as mulheres representam aproximadamente 55,6% dos ingressos em cursos de graduação presencial. Ademais, do total de pessoas que concluem o ensino superior, mais da metade são mulheres, chegando à marca de 59% (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira [INEP], 2020). Ocorre que, muitas dessas mulheres já eram ou se tornaram mães durante sua passagem pela universidade. Todavia, ainda que, em virtude dos valores da sociedade, elas se encontrem sob o lugar da maternidade, espera-se que essas mães universitárias mantenham um desempenho equivalente ao dos outros estudantes (Bentes et al., 2020).
De quantas mulheres estamos falando quando tratamos de mães universitárias? Os dados não são consistentes (Urpia & Sampaio, 2011), já que muitas vezes nem mesmo as próprias instituições de ensino incluem informações sobre quantidade de filhos e/ou idade deles.
A dinâmica de estudos universitários requer-se, regra geral, muita dedicação e atenção para uma boa formação (Brito et al., 2021). Nessa situação, constrói-se um arquétipo de estudante universitário, baseado, especialmente, em um modelo de aluno jovem, em percurso linear de desenvolvimento, cujas responsabilidades familiares (ter filhos e/ou casamento) sucederiam o diploma (Brito et al., 2021; Guilhard, 2021; Urpia & Sampaio, 2011).
A adaptação ao contexto universitário, segundo Ferreira (2014), Brito et al. (2021) e Vieira et al. (2019), recebe suporte dos laços afetivos construídos no próprio contexto. Tais laços também permitem a elaboração de estratégias de aprendizagem e desenvolvimento de satisfação emocional e social. Quando há dificuldades de adaptação, verifica-se o aumento da probabilidade do surgimento de sintomas físicos e psicológicos (Lameu, Salazar, & Souza, 2016; Silva, Geralda, & Heleno, 2012; Vieira et al., 2019).
Desse ponto de vista, a vida estudantil para as mães universitárias pode ser muito mais complicada do que para a maioria dos estudantes (Bentes et al., 2020). Em nossa sociedade, a maior parte dos cuidados com os filhos é destinada à mãe, mesmo depois do período da amamentação (Zanello, 2018). O dispositivo materno, conforme definido por Zanello (2018), refere-se à construção de uma subjetividade feminina, em que o cuidar se torna prioridade, definindo expectativas sociais sobre os comportamentos femininos em relação aos filhos. Tais expectativas exigem das mulheres certos posicionamentos e atitudes de tal forma que frequentemente precisam dar mais importância ao papel de mãe (Giordani, Piccoli, Bezerra, & Almeida, 2018). Ou seja, não é esperado que uma mulher delegue os cuidados com seus filhos para outra pessoa e, ainda que desejasse, a teia social obstaculiza muitas das possibilidades. Assim, verificamos aqui uma importante interseccionalidade: quando a mulher universitária também é mãe, ela está sujeita não só às dificuldades de ser mulher e estudante, que já não são poucas, mas também aos obstáculos e vicissitudes do maternar (Bentes et al., 2020; Dorna & Muniz, 2018).
Segundo Dorna e Muniz (2018), o maternar não é percebido tal qual um trabalho, inclusive em função de uma romantização do que é ser mãe em nossa sociedade. Entretanto, do ponto de vista da psicodinâmica do trabalho, entende-se que tal processo exige muito da mulher em termos físicos, cognitivos e afetivos.
Em seus primeiros meses de vida, um bebê é totalmente dependente de outro cuidador, que, na maioria das vezes, é a mãe. Desta feita, a lei nº 6.0202 (Brasil, 1975) garante às mulheres uma licença especial (exercício domiciliar) para esse período, buscando garantir a integridade desse novo ser humano e a amamentação exclusiva. Entretanto, o que se espera do papel de mãe vai muito além da amamentação e do lugar de cuidado ocupado por ela. As necessidades específicas de um bebê ou de uma criança pequena, somadas à designação social do papel de cuidadora para a mãe, obriga majoritariamente as mulheres a reorganizarem suas prioridades e, muitas vezes, a ter que escolher entre seus trabalhos ou estudos.
Para a psicodinâmica do trabalho, o ofício pode ser agente de prazer ou de adoecimento, de realização ou de alienação (Mendes, 2007; Molinier, 2004). Exigências e vivências referentes ao trabalho podem gerar danos físicos, como dores no corpo; danos sociais, como dificuldade ou falta de socialização; ou danos psicológicos, com acometimentos diversos, incluindo estresse e burnout (Mendes & Ferreira, 2007). Conforme mencionado anteriormente, para esta pesquisa, considera-se que ambas as atividades (estudar e maternar) são atividades de trabalho e, portanto, podem levar a mãe estudante aos mesmos danos e adoecimentos que qualquer outra modalidade de trabalho poderia causar (Bentes et al., 2020).
A pouca literatura nacional existente sobre o duplo papel de ser mãe e universitária aponta que essas mulheres têm grandes dificuldades em exercer as duas atividades de forma simultânea, bem como se sentem insatisfeitas com os resultados obtidos; logo, em virtude do sobrecarregamento de funções, elas se veem na obrigação de fazer escolhas e definir prioridades, atrapalhando o desempenho em um dos papéis (Bentes et al., 2020; Henriques, 2016; Lídia, 2020; Soares et al., 2013; Urpia & Sampaio, 2011, Vieira, et al, 2019). Contudo, esses estudos, majoritariamente qualitativos e com amostras pequenas, não se aprofundam na caracterização das estudantes nem no impacto das dificuldades de conciliação da saúde física e psicológica da mulher brasileira mãe e estudante, sob a perspectiva de que essas atividades são consideradas um trabalho que envolve engajamento do corpo, e consequentemente, algum tipo de risco e sofrimento (Dejours, 2004, 2012; Molinier, 2004).
Método
Participantes e procedimento de coleta
Após aprovação do estudo em comitê de ética (CEP-FS/UnB 87545118.2.0000.0030), a coleta de dados foi iniciada, tendo, ao final, 453 mães universitárias participantes. O critério de inclusão estabelecido foi: mulheres grávidas e/ou com filhos(as) de até cinco anos de idade e que fossem estudantes de instituições (públicas ou privadas) de nível superior em cursos brasileiros de graduação. A amostra foi selecionada por conveniência. Disponibilizou-se um endereço para plataforma online de hospedagem de questionários (Survey Monkey), divulgado em aplicativos de mensagens, redes sociais e sites. O endereço foi compartilhado em grupos de Facebook e Whatsapp relacionados às universidades, páginas de discussão sobre maternidade e gênero, e matérias jornalísticas da região. Também foi enviado via e-mail para profissionais, por exemplo, pesquisadores e professores de ensino superior, que poderiam compartilhar com as estudantes. Após um período de aproximadamente três meses, o questionário foi desabilitado e, em seguida, prosseguiu-se para análise dos dados.
A caracterização da amostra foi possível por meio de perguntas sociodemográficas com relação à idade, estado civil, local de moradia, instituição de ensino, outra graduação concluída, curso de graduação em curso, renda familiar mensal, quantidade de pessoas que dependem da renda, com quem reside, quantidade de filhos e idade de cada um dos filhos. Para fins analíticos, os cursos de graduação em curso apontados pelas entrevistadas foram organizados por áreas de conhecimento, conforme a classificação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Além disso, considera-se como um salário-mínimo, o valor referente ao ano de coleta da pesquisa (2018), na época, equivalente a R$ 954,00 reais.
Instrumento
Utilizou-se como instrumento uma adaptação da Escala de Avaliação dos Danos Relacionados ao Trabalho (EADRT), que faz parte do Inventário sobre Trabalho e Riscos de Adoecimento (Itra) (Mendes & Ferreira, 2007). A escala foi originalmente validada para diferentes ocupações em nível remunerado e, neste artigo, realizou-se uma adaptação semântica que possibilitasse o entendimento do trabalho de estudar e de ser mãe. A escala foi composta por 29 itens, com afirmações relacionadas aos danos percebidos no respectivo contexto, a serem respondidos em uma escala de sete pontos, indicando quantas vezes a respondente se sentiu daquela forma nos últimos seis meses. Assim, as participantes responderam a escala duas vezes, totalizando 58 itens (29 itens relacionados ao trabalho de estudar e 29 representando o trabalho de ser mãe). Com base na validação da escala original, Mendes e Ferreira (Mendes & Ferreira, 2007) definem três fatores para a EADRT: danos físicos (12 itens), que dizem respeito às dores no corpo e distúrbios biológicos; danos psicológicos (dez itens), englobando sentimentos negativos; e, por fim, danos sociais (sete itens), que mensuram isolamento e dificuldades nas relações familiares e sociais. A avaliação dos resultados da escala, segundo os autores, deve ser realizada considerando quatro níveis (Mendes & Ferreira, 2007). Sendo assim, resultados acima de 4,1 indicam uma avaliação mais negativa (presença de doenças ocupacionais); entre 3,1 e 4,0, a avaliação se enquadra como moderada para frequente (grave), enquanto entre 2,0 e 3,0, caracteriza-se como moderada (crítico). Abaixo de 1,9, indica uma avaliação mais positiva, ou seja, suportável. Tal qual o instrumento original, a adaptação obteve bons níveis de confiabilidade, apesar de algumas alterações na estrutura fatorial, que serão apresentadas na descrição da análise de dados.
Análise estatística dos dados
Tratando-se de um estudo quantitativo, as respostas foram submetidas à análise de dados exploratórios, fatoriais e inferenciais no software SPSS versão 24. Dessa forma, inicialmente foi realizada a limpeza do banco de dados, com a remoção de casos omissos e outliers multivariados, seguida de uma análise exploratória quanto à normalidade dos dados, por exemplo, o Score Z, testes de normalidade, Kolmogorov-Smirnov e Shapiro Wilk, gráficos QQ plot e curvas de normalidade. Essa etapa definiu os testes inferenciais utilizados posteriormente, visto que não foi encontrada normalidade na maioria das variáveis investigadas.
Também se realizou uma análise de componentes principais por meio da inspeção da fatorabilidade da matriz. Foram encontrados valores de KMO altos para cada condição respondida (Estudante = 0,945 e Mãe = 0,933), além de outras indicações de fatorabilidade (covariância anti-imagem, comunalidade e correlações em sua maioria acima de 0,30). Quanto aos fatores, a matriz de componentes principais, o scree-plot e autovalores indicaram que a escala deveria ser fatorada em dois, reunindo-se danos psicológicos e sociais em um fator, diferentemente do que foi encontrado originalmente por Mendes e Ferreira (2007). Além disso, também se optou pela remoção de três itens: distúrbios respiratórios (condição estudante e mãe); insensibilidade em relação aos colegas (condição estudante) e insensibilidade em relação aos familiares (condição mãe). Após a fatoração, foram calculados os valores de alfa para o fator danos sociais e psicológicos - mãe (𝝰 = 0,955) e estudante (𝝰 = 0,949) - e fator danos físicos - mãe (𝝰 = 0,830) e estudante (𝝰 = 0,816).
A análise inferencial foi realizada com base na correlação de Spearman entre as variáveis (sociodemográficas e fatores), tabulação cruzada das variáveis sociodemográficas e comparação de medianas entre os fatores e variáveis sociodemográficas que obtiveram correlação significativa. Para a última etapa, foram utilizados testes não paramétricos: Kruskal-Wallis (mais de duas categorias), seguido de um post-hoc (Mann-Whitney) com correção de Bonferroni, conforme sugere Field (2009). O teste Mann-Whitney também foi utilizado para verificar a diferença de mediana com relação a variáveis de duas categorias.
Resultados
A idade média das participantes foi de 27,2 anos (N = 209; DP = 5,6). Verifica-se na Tabela 1 que 63,9% das respondentes eram casadas ou viviam em união estável, enquanto 31,2% solteiras e 4,9% divorciadas ou separadas (N = 202). Aproximadamente 48% das respondentes residiam na região Centro-Oeste, e, por ordem de maior concentração, nas regiões Sudeste, Sul, Norte e Nordeste.
Entre as instituições apontadas, 59,5% eram da rede pública e 40,5% da rede privada. Das participantes, 17,7% já tinham um curso de graduação concluído em seu currículo. Dos cursos nos quais as participantes estavam matriculadas (N = 208), 38,5% classificam-se como Ciências Humanas, 20,2% como Ciências Sociais Aplicadas, 18,8% como Ciências da Saúde, 6,7% como Ciências Biológicas, 6,3% como Linguísticas, Letras e Artes e Ciências Agrárias e Outros, sendo apenas 3,4% como cursos das Ciências Exatas, da Terra e Engenharias.
A renda familiar mensal se apresentou de forma bem distribuída, sendo que 34,4% declararam uma renda familiar menor que dois salários-mínimos, enquanto outras 34% responderam ter acima de quatro salários-mínimos, restando 31,6% que informaram entre dois e quatro salários-mínimos. A média de quantidade de dependentes da renda mensal foi de 3,74 (DP = 1,098) pessoas, sendo que 62,6% residiam com seus companheiros, ao passo que, 63,1% não residiam com a família extensa. A maioria quase absoluta das mulheres, 98,5%, não residia com não familiares (N = 203).
Das participantes, 68,1% tinham apenas um filho, enquanto 5,2% delas afirmaram estarem em primeira gestação (N = 210). Dando atenção para as mães de apenas uma criança, 55,7% delas responderam que seus filhos tinham mais de dois anos.
A Tabela 1 também informa as análises descritivas (média e desvio padrão) dos fatores do instrumento. Assim, para o trabalho de ser estudante, as participantes obtiveram média de 3,53 (DP = 1,14) com relação à percepção de danos físicos e um valor médio maior para a percepção de danos psicológicos e sociais (M = 3,92; DP = 1,52). Ao responderem a escala, considerando o contexto de trabalho materno, perceberam, em média, 3,58 vezes (DP = 0,90), nos últimos seis meses, dores no corpo e distúrbios biológicos (fator danos físicos) e 3,82 vezes (DP = 1,22) condições relacionadas aos danos psicológicos e sociais.
Com ajuda da Tabela 2 de correlações, nota-se que o aumento da idade, em geral, é seguido de um aumento da quantidade de filhos (p < 0,01; r = 0,341) e da renda familiar mensal (p < 0,01; r = 0,215). Observando as variáveis de idade e estado civil (p < 0,01; r = 0,307), as mães respondentes mais velhas (entre 26-35 anos) também são casadas ou em união estável (71,4%), superando as mais novas, de idade entre 18 e 25 anos (53.3% são casadas). Além disso, a correlação apresenta que, quanto mais velhas, optam em residir com companheiro (p < 0,01; r = 0,185) e não com a família extensa (p < 0,01; r = -0,315).
É importante notar também uma diferença quanto à região de residência e idade das mães, indicada pela correlação e pela tabulação cruzada dessas variáveis (p = 0,023; r = 0,157). Assim, as respondentes da região Norte (56%), Nordeste (60%) e Centro-Oeste (51,5%) em sua maioria, tinham entre 18-25 anos, enquanto as regiões Sul (54,8%) e Sudeste (44,4%) apresentaram a maioria das respondentes mais velhas, ou seja, entre 26-35 anos.
Das casadas ou em união estável, 91,9% residiam com companheiro (p < 0,01; r = 0,622), enquanto 69,8% das solteiras residiam com família extensa. Além disso, a maioria das casadas não reside com família extensa (79,8%; p < 0,01; r = -0,396) nem com não familiares (100%; p = 0,015; r = -0,173). Também se nota que, quando casadas, aumenta-se o número de mães com mais de um filho (31,5%), em comparação com 17,5% das solteiras que declararam ter dois ou mais (p = 0,019; r = 0,165).
Observando os dados de correlação para os fatores da escala apresentada, verifica-se que, quanto à percepção de danos no trabalho de estudante, houve correlação negativa das variáveis renda mensal (p = 0,023; r = -0,157) e residência com companheiro (p = 0,01; r = -0,179) com sentimentos negativos e dificuldades nas relações sociais (fator danos sociais e psicológicos). Considerando o trabalho de maternar, os danos sociais e psicológicos percebidos correlacionaram negativamente com estado civil (p = 0,015; r = -0,171), renda mensal (p = < 0,05; r = -0,151) e residir ou não com companheiro (a) (p = 0,014; r = -0,171) e positivamente com a área de estudo cursada pelas participantes (p = 0,018; r = 0,164).
A Tabela 2 também indica uma associação positiva e forte entre todos os fatores. Assim, quanto maiores os danos físicos das atividades de estudante, maiores os danos físicos do maternar (p < 0,01; r = 0,533) e, portanto, maiores os danos sociais e psicológicos nas situações de mãe (p < 0,01; r = 0,332) e estudante (p < 0,01; r = 0,571). Um aumento dos danos sociais e psicológicos do estudar também se associa com um aumento dos danos físicos, sociais e psicológicos da condição de ser mãe (p < 0,01; r = 0,396 e p < 0,01; r = 0,610). Por fim, considerando as atividades maternas, a experiência de danos físicos também aumenta os sentimentos negativos e dificuldades relacionais (fator danos sociais e psicológicos) (p < 0,01; r = 0,552).
As diferenças dos danos (fatores) com relação às variáveis sociodemográficas estão apresentadas nas Tabelas 3 e 4. As variáveis sociodemográficas inseridas nesta análise foram selecionadas com base em sua correlação com fatores previamente apresentados.
Mediana e Kruskal-Wallis para Fator Danos Sociais e Psicológicos considerando renda, estado civil e área do curso
Mediana e Mann-Whitney para fator danos sociais e psicológicos considerando se reside com companheiro (a) ou não
Tendo em vista as atividades relacionadas ao ser estudante, foi encontrada uma diferença significativa no fator de danos sociais e psicológicos com relação à renda familiar mensal (H(2) = 6,25, p < 0,05). As mães estudantes que têm renda menor que dois salários-mínimos apresentaram um maior nível para esse fator (Mediana = 4,69). No entanto, a análise post-hoc desses dados, após correção de Bonferroni (p < 0,0167), não indicou diferença significativa entre nenhuma das categorias da variável renda com relação ao fator danos sociais e psicológicos para a condição estudante. Além disso, este fator também apresenta diferença quanto residir ou não com o companheiro (U = 3907, p < 0,05), sendo mais elevado para aquelas que não residem com seus companheiros (Mediana = 4,81).
O fator danos sociais e psicológicos representante do trabalho materno apresentou alguma diferença com a variável de estado civil (H(2) = 11,84, p < 0,05), sendo que essa diferença é mais acentuada dentre as mulheres que são solteiras (Mediana = 4,63). A análise post-hoc dessas variáveis indica que a diferença significativa se apresenta entre solteiras e casadas ou em união estável (Mediana = 3,82) (p < 0,0167). Evidenciou-se diferença nesse fator nas análises com a variável renda (H(2) = 6,47, p < 0,05), e o padrão se manteve com as mulheres cuja renda é de menos de dois salários-mínimos (Mediana = 4,70). No entanto, após correção de Bonferroni (p < 0,0167), não foi encontrada diferença significativa na análise post-hoc entre essas categorias de renda. O mesmo fator para a condição de mãe também apresentou diferença com relação a residência com o companheiro (U = 3955, p < 0,05), com maior diferença para aquelas que não residem com seus companheiros (Mediana = 4,50). As diferenças significativas não se mantiveram para o fator de danos sociais e psicológicos para a condição de mãe e a variável de área do curso.
Discussão
Conforme relatado anteriormente, a escassez de estudos da vivência de mães, enquanto estudantes do ensino superior brasileiro, foi notada na construção desta pesquisa. Assim, as características da amostra contribuem com um panorama geral de quem é essa mãe que estuda nas universidades e faculdades brasileiras. A amostra apresentou-se como um grupo heterogêneo em termos de renda, estado civil e idade.
De forma geral, as discussões acerca dos estudantes universitários abrangem o público jovem, ou seja, estudantes com idades abaixo de 25 anos e que ainda não constituíram uma família própria (Lídia, 2020; Vieira, et al, 2019). O que se percebe na amostra estudada é que a presença das mulheres mais velhas do grupo, entre 26-35 anos, é maior nas regiões Sul e Sudeste. No entanto, nas Regiões Norte e Nordeste as respondentes são mais novas, entre 18-24 anos. Tais diferenças regionais quanto à idade das mães universitárias acompanha uma tendência de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica [IBGE]) de 2015 com relação às mulheres brasileiras. Sendo assim, na Região Norte, as mulheres tiveram filhos mais novas (entre 15-24 anos), enquanto mulheres que se tornaram mães entre 30-34 anos concentram-se no Sudeste e Sul (Campos, 2016). É importante salientar que o aumento da idade é acompanhado de maiores chances de estarem casadas, o que também é uma realidade para a maioria da amostra deste artigo. As mães universitárias fazem parte do grupo que diverge do desenvolvimento linear, sobretudo, por terem filhos e, algumas, por estarem casadas e serem mais velhas, enfrentando dificuldades de adaptação ao contexto universitário que pressupõe uma lógica de exclusividade de tempo e investimento emocional (Brito et al., 2021; Guilhard, 2021; Vieira, et al, 2019).
As mães universitárias estudadas neste artigo apresentaram danos físicos, sociais e psicológicos considerados graves, conforme os parâmetros de avaliação da EADRT (Mendes & Ferreira, 2007), para as atividades de estudar e de ser mãe. De forma geral, a percepção de dores no corpo e distúrbios biológicos foi menos frequente do que as condições relacionadas aos problemas psicológicos e sociais, o que está de acordo com a literatura sobre estresse em universitários sem filhos (Aguiar, Vieira, Vieira, Aguiar, & Nóbrega, 2009; Lameu et al., 2016).
Apesar de menor, a percepção de questões físicas atreladas ao trabalho é preocupante. Assim, são encontradas na literatura acerca de estudantes, mães e mães estudantes, evidências que reforçam os resultados da pesquisa (Bentes, et al, 2020, Vieira, et al, 2019). Relatos de estudos qualitativos com mães universitárias apresentam frequentemente o sono, cansaço e estresse como principais efeitos (Soares et al., 2013). Quanto a percepção de agravos físicos de estudantes universitários de forma geral, a literatura apresenta, predominantemente, sintomas e queixas relacionadas ao esgotamento físico, noites mal dormidas, distúrbios de sono, cansaço, fadiga, problemas de memória, mudança de apetite, tontura, dor e desconforto e questões físicas gerais quanto a qualidade de vida (Bastos, Melo, Machado, Carvalho, & Dias, 2017; Chazan, Campos, & Portugal, 2015; Lameu et al., 2016; Silva et al., 2012). Estudo internacional relacionado à saúde física de mães também relata sintomas de exaustão física, fadiga intensa, perturbações no sono, dor no pescoço, dor de cabeça, zumbido no ouvido e tontura (Hubert & Aujoulat, 2018). Dessa maneira, é compreensível concluir que as mães universitárias nem sempre são capazes de esquivar-se dos danos físicos atrelados aos dois papéis conhecidamente, pela literatura, como demandantes e danosos.
Considerando os sentimentos negativos e questões de dificuldades relacionais e isolamento social, as mães universitárias sentem esses danos com relação às duas atividades exercidas. No ambiente universitário, as mulheres que são mães são levadas a interrupções, como saída do fluxo de graduação, trancamentos, faltas, dificuldade de se matricular em matérias que exigem tempo fora de sala e, consequentemente, são impedidas de ter relações consistentes e sem quebras de vínculos afetivos com os colegas de curso (Kensinger & Minnick, 2018; Urpia & Sampaio, 2011). As mães universitárias também reconhecem a importância do apoio de professores, de outras mães e outros estudantes, os quais fazem sentirem-se incluídas e menos isoladas (Kensinger & Minnick, 2018). Dentro do sistema familiar, tal apoio e suporte também é importante e, normalmente, mais frequente do que o apoio universitário (Kensinger & Minnick, 2018). Os estudos também demonstram sentimentos negativos que envolvem tristeza, preocupação, medo e culpa (Kensinger & Minnick, 2018; Soares et al., 2013). Na universidade, a socialização é essencial para a construção de estratégias de aprendizagem e alívio afetivo, sendo que Ferreira (2014) reconhece a existência de eventos (ter filhos) que alteram a capacidade de formação de uma rede amigável com estudantes e professores. As mães desta pesquisa, isoladas socialmente e com vivências de sentimento negativos com relação ao contexto universitário, podem experienciar uma carência afetiva nesse espaço, impactando na saúde psicológica e performance de aprendizagem. Ademais, também apresentam questões quanto às suas atividades de mãe, que envolvem dificuldades relacionais com a família e sentimentos negativos nesse contexto.
Os resultados também demonstram que os danos físicos e os danos sociais e psicológicos estão fortemente conectados, assim, entende-se que, quanto maiores são os danos biológicos e dores no corpo, mais isoladas e com vivências de sentimentos negativos. Segundo Dejours (2012), trabalhar por vezes traz implicações à saúde física e mental inerentes às tarefas, assim, efeitos diretos sobre o corpo também incidem no funcionamento psíquico. A teoria da psicodinâmica do trabalho reconhece a necessidade da construção de estratégias de defesa, ou seja, formas de lidar com os possíveis riscos. Ao considerar o trabalho não só como danoso, mas também como agente promotor de saúde (Brito, 2005), há de se pensar em como os fatores que permeiam a vivência das mães universitárias podem reduzir os danos relacionados ao trabalho. Portanto, ao compreender algumas das queixas físicas das mães universitárias como inerentes ao acúmulo de tarefas de estudar e maternar, pode-se hipotetizar que a aproximação social, construção de boas relações e vivência de sentimentos positivos são capazes de diminuir os efeitos dos danos físicos à subjetividade das mães. Tal relação forte entre físico e psicológico/social é evidenciada em estudos com mães em situações de esgotamento, cuja fadiga intensa impacta na maneira como enxergam o mundo, desenvolvendo aversão à realidade presente, agressividade, falta de prazer e até ideação suicida (Hubert & Aujoulat, 2018). Em estudantes, a alta frequência de emoções negativas relaciona-se com a presença de doenças físicas e sintomas depressivos (Silva et al., 2012).
A análise dos dados também aponta para uma diferença entre mulheres que têm o apoio de um companheiro e as que não têm. Assim, aquelas que são casadas e/ou residem com um companheiro, têm menos danos sociais e psicológicos relacionados ao trabalho de estudar e de ser mãe. O que pode ser discutido é que a presença e apoio de um parceiro para realizar as atividades domésticas facilita a disponibilidade de tempo para as atividades da universidade e, consequentemente, reduz a angústia e os sentimentos negativos em relação ao estudar. A literatura confirma este argumento, pois entende que é possível fazer um revezamento com parceiro para desempenhar as duas tarefas, além de fornecer suporte financeiro (Kensinger & Minnick, 2018; Kergoat, 2003; Soares et al., 2013). No entanto, é importante ressaltar que essa diferença não indica que as mães com esse apoio direto de companheiro estão isentas de danos sociais e psicológicos graves relacionados às suas atividades.
Entende-se que os danos sociais e psicológicos tanto do trabalho de estudar quanto das atividades de maternar são mais críticos para as estudantes com rendas mais baixas. O que explica tal realidade diz respeito ao acúmulo de questões subjetivas e laborais que as classes populares enfrentam. Assim, mães e estudantes de baixa renda relatam dificuldades de continuar os estudos mesmo com auxílio econômico (por exemplo, bolsas de estudo), além de sentirem-se deslocadas (Amaral & Montrone, 2010; Henriques, 2016). Ademais, universitários de baixa renda (que são mães e que não são) também estão expostos à necessidade de trabalhar, mesmo quando jovens, para arcar com os custos financeiros da família (Ferreira, 2014; Henriques, 2016). Do ponto de vista subjetivo, entende-se que o ambiente familiar de pessoas de alta renda (que frequentemente tem parentes que já foram universitários) contribui para o compartilhamento de informações (capital social e cultural), quase como dicas de como viver a vida universitária (Chazan et al., 2015; Ferreira, 2014). Tal facilidade não é presente na vida dos universitários de classes subalternas, que na verdade são expostos à enorme pressão por terem conseguido atingir o que muitos não conseguiram, afetando sua qualidade de vida social e psicologicamente (Chazan et al., 2015; Ferreira, 2014). Atrelada a essa realidade dos universitários de baixa renda, as estudantes que são mães nessa faixa econômica também convivem com dificuldades relacionadas à impossibilidade de pagar por creches ou pessoas para ficar com os filhos, já que não existe um sistema universal de creches públicas na maioria dos estados, além de terem que arcar com a posição de responsáveis pela família (Henriques, 2016; Kensinger & Minnick, 2018).
Conclusão
A literatura sobre universitárias e maternidade, sem que estejam atrelados, exibe uma custosa realidade física, psicológica e social para essas mulheres. Assim, é evidente que as participantes, isto é, mães universitárias, com acúmulo dos dois papéis, apresentam níveis críticos de danos físicos, psicológicos e sociais nas duas condições que mais demandam tempo de suas vidas: ter filhos e buscar a diplomação superior.
A forte relação entre esses danos indica a importância de estratégias do coletivo (universidade, governo e sociedade) que possibilitem a atenuação do ônus de ser mãe no sistema de ensino superior brasileiro. Conforme os resultados desta pesquisa, é importante ressaltar a relevância do apoio próximo das relações familiares e da universidade (colegas, professores, diretores), principalmente no que se diz respeito às questões de vulnerabilidade econômica e desigualdade social presentes no Brasil.
Alguns contextos que permeiam as vivências de mães universitárias, como questões de gênero, raça e classe, exigem mudanças mais profundas e extensas na dinâmica econômica e social do país. No entanto, não se exclui a necessidade de intervenções imediatas, o que serve de recomendação para propostas futuras que tomem por base estudos como este para construção de políticas públicas e estratégias de intervenção. Assim, este artigo amplia o conhecimento de quem é a mãe na graduação do Brasil e que tipo e grau dos danos à saúde elas vivenciam.
Entendemos que estudar é um dos caminhos mais eficientes para que as mulheres possam avançar na sociedade em termos socioeconômicos. Entretanto, conforme visto nesta pesquisa, o desafio para as mulheres que já são mães é hercúleo. Infelizmente, verificamos que, para as mães universitárias, especialmente as de baixa renda, a maternidade é um fardo a mais na busca por melhores condições de vida.
Reconhece-se as limitações deste estudo quanto à amostra (predominantemente do Centro-Oeste); à falta de interseções com raça; e às comparações estatísticas com os danos no trabalho de estudantes sem filhos. Como proposta para estudos futuros, sugere-se a aplicação da mesma escala em estudantes que não são mães, além da ampliação da discussão para mães da pós-graduação e professoras/acadêmicas.
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Disponibilidade de dados
Citações de dados
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
09 Jun 2023 -
Data do Fascículo
2023
Histórico
-
Recebido
09 Jun 2021 -
Aceito
20 Jun 2022