Resumo
O ingresso na universidade é marcado por intensas transformações pessoais e pela necessidade de adaptação para um modelo de ensino mais autônomo. Esse cenário pode contribuir para o surgimento de sentimentos de solidão e impactar a qualidade de vida dos universitários. O presente estudo visou investigar as relações entre a solidão e a qualidade de vida em universitários de uma universidade pública do interior de Minas Gerais. Participaram da pesquisa 268 estudantes de graduação selecionados aleatoriamente. Como instrumentos, foram utilizados um questionário sociodemográfico e de hábitos de vida, o Medical Outcomes Study 36 - item Short Form (SF-36), e a Escala Brasileira de Solidão (UCLA-BR). Foram conduzidas análises descritivas e inferenciais (correlação, Kruskal-Wallis e regressão logística). O domínio da qualidade de vida com maior escore foi Capacidade Funcional e Vitalidade foi o menor. Referente à solidão, 60,82% da amostra apresentou nível mínimo. Houve associação significativa entre a solidão e seis domínios da qualidade de vida. A solidão dobrou a chance de pior qualidade de vida nos domínios: aspectos sociais (β = 2,66), limitação emocional (β = 2,18) e saúde mental (β = 2,61). Conclui-se que a solidão impacta negativamente a qualidade de vida dos universitários e que, por isso, são necessárias intervenções para essa população.
Palavras-chave:
Qualidade de vida; Solidão; Estudantes