Resumo:
Este estudo pretende identificar a percepção de estudantes de uma mesma instituição de ensino superior da área da saúde sobre dificuldades acadêmicas e não acadêmicas, estratégias de coping e identificar a presença de estresse. Foi um estudo transversal utilizando abordagens quantitativa e qualitativa, desenvolvido por meio de questionário estruturado e inventários psicométricos validados ( COPE Breve; inventário de sintomas de estresse ISLL ). Adicionalmente, foram realizadas entrevistas para ampliar a compreensão dos resultados dos instrumentos quantitativos. Na etapa quantitativa, participaram 162 estudantes dos cursos de graduação em Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição e Terapia Ocupacional. Destes, 60 participaram de entrevista qualitativa. Os dados foram submetidos à análise estatística univariada e análise multivariada por regressão logística. Os estudantes relataram encontrar grande número de dificuldades e utilizar variadas estratégias de coping . A análise estatística univariada demonstrou que não houve diferenças importantes entre cursos e etapas quanto ao número de dificuldades e estratégias utilizadas. A presença de estresse foi identificada em proporções entre 45% e 100% dos estudantes, conforme o curso e a etapa considerada, sem diferenças significativas entre eles. A análise multivariada identificou cinco variáveis independentes como determinantes de estresse: sexo feminino, renda familiar, número de dificuldades acadêmicas/não acadêmicas e número de estratégias de coping voltadas à “emoção” presentes. Esta análise também mostrou que o estresse patológico está relacionado a somente uma variável: o número de dificuldades não acadêmicas. Estes achados reforçam a necessidade de manter ações institucionais de assistência social e apoio psicológico, favorecendo assim um planejamento efetivo de medidas de promoção da saúde mental dos estudantes.
Palavras-chave:
Estresse;
Coping
; Adaptação Psicológica; Graduação Em Saúde; Estudante Universitário