Resumo
Este artigo visa analisar a consciência de bolsistas do Programa Universidade para Todos (ProUni), partindo da compreensão apresentada por eles sobre sua inserção e vivência na graduação. Primeiramente, faz-se uma descrição histórica do Ensino Superior brasileiro, focando na política educacional do ProUni, em seguida uma leitura da Psicologia Crítica e do papel do psicólogo no Ensino Superior, finalizando na descrição do Processo de Tomada de Consciência. As técnicas para busca de dados foram diários de campo de uma das autoras das reuniões presenciais e etnografia virtual de um grupo virtual de prounistas. Foram sistematizadas cinco categorias de análise a partir da etnografia virtual e, além dessas, mais uma (totalizando seis) categoria de análise pelos quatro diários de campo. São elas: Assistência e Permanência Estudantil, Comprovação de renda, Organização do grupo, Preconceito, Visão do ProUni e Solidariedade entre prounistas. A análise dos dados relacionou os objetivos e as informações obtidas. Foi encontrada uma maior quantidade de mulheres participantes dos grupos presencial e virtual. No grupo virtual apenas a primeira forma de consciência – alienação – foi encontrada na maioria dos estudantes. Nas reuniões presenciais, por estarem vivenciando a organização conjunta, foi possível identificar todas as formas desse processo. Concluiu-se que foi possível identificar diferenças no processo de tomada de consciência dos estudantes prounistas partindo dos espaços de auto-organização. Necessita-se de maiores estudos sobre como o preconceito vivenciado pelos prounistas influencia em seu processo de tomada de consciência.
Psicologia Crítica; Ensino Superior; Consciência; Reforma Universitária; ProUni