RESUMO:
As abelhas nativas são polinizadores-chave para plantas nativas e cultivadas. Compreender os efeitos dos produtos utilizados nas culturas sobre as abelhas é crucial e pode ajudar a estabelecer medidas de manejo que ofereçam mais proteção. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência de metade da dose comercial, da dose comercial (2,4-D 1.000 g i.a. ha-1, glifosato 760 g i.a. ha-1, glifosato + 2,4-D 760 g i.a. ha-1 + 1.000 g i.a. ha-1 e picloram 2% v/v) e do dobro da dose comercial dos herbicidas glifosato, 2,4-D, picloram e glifosato + 2,4-D, via exposição tópica e oral, na sobrevivência de abelhas Melipona scutellaris. Também foi avaliado o impacto dos herbicidas usados em condições realistas de semicampo no controle de temperatura e no peso de colônias de M. scutellaris. Os resultados mostram que não houve redução na longevidade quando metade da dose de campo recomendada foi aplicada. Quando a dose de campo foi utilizada, as abelhas expostas topicamente ao glifosato + 2,4-D tiveram diminuição na longevidade; já na exposição oral tanto à dose de campo recomendada como à dose dupla, as abelhas reduziram a longevidade, exceto aquelas expostas a uma dose dupla de 2,4-D. Em condições de semicampo, não houve diferença significativa entre colônias controle e expostas. Os dados apresentados indicam que os herbicidas podem afetar as abelhas, comprometendo diretamente sua sobrevivência, e influenciar indiretamente o processo de polinização.
Palavras-chave:
glifosato; 2,4-D; picloram; serviços ecossistêmicos; pesticidas