Várias áreas degradadas podem ser encontradas ao longo da rodovia MG-010, que corta a Reserva da Biosfera da Cadeia do Espinhaço, em Minas Gerais, Brasil. Algumas dessas áreas foram restauradas através do plantio da leguminosa Cajanus cajan. O presente trabalho compara a riqueza, diversidade, abundância, equitabilidade e similaridade da comunidade de plantas, e composição do solo de áreas degradadas restauradas e não restauradas, a fim de avaliar a efetividade do uso de C. cajan no processo de restauração. Cada tratamento (áreas restauradas e não-resturadas) teve quatro áreas amostrais, as quais, por sua vez tiveram três parcelas de 300 m². Em cada parcela, todos os indivíduos de planta foram contados e identificados. Além disso, foi coletado o solo da camada superficial em todas as quatro áreas amostrais de ambos os tratamentos. As áreas onde C. cajan foi plantado apresentaram menores riqueza, diversidade e abundância de plantas. O solo dessas áreas também apresentou níveis mais altos de Fósforo e Magnésio. Equitabilidade e similaridade e outros componentes do solo (pH, Nitrogênio, Alumínio, Cálcio, Potássio, H+Al, Soma de Bases - SB, Capacidade de Troca Catiônica- CTC, Saturação de Bases - V%, Saturação de Alumínio - M%) não variaram entre os tratamentos. Ao contrário do esperado, o enriquecimento dos solos quartzíticos pobres em nutrientes dos campos rupestres pode facilitar a invasão desses ambientes por espécies exóticas não adaptadas à falta de nutrientes. Portanto, foi concluído que a restauração com o uso de C. cajan foi um equívoco e que os próximos planos de restauração nesse tipo de ambiente devem evitar o uso de espécies exóticas, já que o uso destas pode ter um efeito pior do que manter a área sem nenhuma ação.
impactos ambientais; montanhas tropicais; reabilitação; Serra do Cipó