RESUMO:
A fitorremediação compreende uma das principais formas de descontaminação de substâncias orgânicas e inorgânicas no solo, economicamente viável e de baixo impacto ambiental. Objetivou-se com este trabalho verificar a eficiência de espécies vegetais de inverno na fitorremediação de solo contaminado com fomesafen e sulfentrazone, utilizando pepino como espécie indicadora da presença de resíduo. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, arranjado em esquema fatorial 6 x 4, com quatro repetições para cada herbicida. No fator A foram alocadas as espécies fitorremediadoras: aveia-preta, ervilhaca, nabo, cornichão, tremoço e um tratamento sem cultivo prévio; e no fator B, as doses de fomesafen (0,000; 0,125; 0,250 e 0,500 kg ha-1) ou sulfentrazone (0,000; 0,300; 0,600 e 1.200 kg ha-1), aplicadas em pré-emergência das culturas. Aos 45 dias após a semeadura, as espécies fitorremediadoras foram seccionadas rente ao solo. Posteriormente, efetuou-se, no próprio vaso, a semeadura da espécie bioindicadora de resíduos de herbicidas no solo (pepino). A fitotoxicidade dos herbicidas às plantas de pepino foi avaliada aos 7, 14, 21 e 28 dias após a emergência (DAE). Aos 28 DAE, determinou-se a área foliar, altura e matéria seca da planta bioindicadora. As doses de fomesafen e sulfentrazone interferiram negativamente nas variáveis avaliadas do pepino, quando cultivado em sucessão às espécies fitorremediadoras. A fitotoxicidade ao pepino aumentou, para todas as espécies potencialmente fitorremediadoras, com o incremento das doses de fomesafen e sulfentrazone. Os resíduos de sulfentrazone promoveram os maiores efeitos tóxicos sobre a planta bioindicadora do que o fomesafen. De modo geral, a aveia-preta, o nabo e o tremoço foram as espécies que apresentaram a maior capacidade de fitorremediar solos contaminados com fomesafen e sulfentrazone ao se aplicar a dose e o dobro das doses recomendadas dos herbicidas.
Palavras-chave:
Cucumis sativus; carryover; despoluição de solo