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Sorção, Dessorção e Degradação do Diuron em Solos Antropogênicos Comparados com Solo Arenoso

RESUMO:

Neste estudo, objetivou-se avaliar a sorção, dessorção e degradação do diuron em dois solos antropogênicos (Terra Preta de Índio - TPI) em contraste com um solo arenoso (Neossolo Quartzarênico órtico - NQo). O estudo de sorção-dessorção foi realizado por método de equilíbrio em lote, e a degradação, em frascos biométricos utilizando o diuron radiomarcado no 14C. Os valores do coeficiente de Freundlich (Kf) variaram de 13,50 a 50,41 µmol (1-1/n) L1/n kg-1 na TPI-2 e TPI-1, respectivamente, e indicaram uma sorção muito alta do diuron nos solos antropogênicos, seguindo a ordem: TPI-1 ≥ TPI-2 > NQo (99,10, 98,95 e 60,8%, respectivamente). A dessorção do diuron foi muito baixa nos solos antropogênicos, variando de 1,36 (TPI-1) a 1,70% (TPI-2), e de 24% para o NQo. A mineralização acumulada do diuron para 14C-CO2 foi < 3% aos 70 dias após a aplicação do herbicida, independentemente do solo estudado. Houve a formação de 35 e 44% de resíduo ligado para TPI-2 e TPI-1, maiores que para o NQo (17%). Em contraste, o resíduo extraído para o NQo variou de 72 a 91% e, para as TPI-1 e TPI-2, de 48 a 83% durante o tempo de incubação. O tempo de meia-vida da degradação (DT50) do diuron nos solos antropogênicos foi de 66,65 e 68,63 dias para TPI-1 e TPI-2, respectivamente, e para o NQo, de 88,86 dias. Evidenciou-se a formação de apenas um metabólito do herbicida em todos os solos. A aplicação de diuron em áreas agricultáveis na presença de solos antropogênicos da Amazônia pode ter um controle químico das plantas daninhas ineficiente, pois estes solos podem diminuir a biodisponibilidade do herbicida na solução do solo devido aos altos teores de CO, em que apresentou alta sorção e baixa dessorção do herbicida, além da degradação mais rápida, comparado com o solo arenoso.

Palavras-chave:
resíduo ligado; mineralização; isotermas de sorção; solos amazônicos

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