RESUMO:
Vários fatores determinam as perdas de rendimento de grãos devido à competição com plantas daninhas, entre eles as espécies infestantes. Entre as espécies daninhas de ocorrência comum em lavouras de soja das diferentes regiões do Brasil, destacam-se as da família Rubiaceae, representadas principalmente por Borreria latifolia e Richardia brasiliensis. O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos da interferência das espécies B. latifolia e R. brasiliensis sobre o desenvolvimento das plantas e os componentes do rendimento e produtividade da soja. Dois estudos foram conduzidos em delineamento de blocos ao acaso com quatro repetições. Os tratamentos foram resultantes de um bifatorial, em que o primeiro fator foi constituído pelas espécies B. latifolia e R. brasiliensis, e o segundo, pelas densidades de 0, 2, 4, 6, 8, 10 e 12 plantas m-2. Em ambos os cultivares de soja, foram avaliados altura de planta, área foliar e clorofila total nos estádios V6 e R5 da cultura, número de vagens por planta, número de grãos por vagem, massa de mil grãos e perda de rendimento de grãos. O rendimento de grãos de ambos os cultivares de soja foi negativamente afetado pela interferência com as espécies B. latifolia e R. brasiliensis. B. latifolia foi mais competitiva com a cultura da soja do que R. brasiliensis, provocando maiores reduções em todas as variáveis analisadas. Cada planta de B. latifolia por m2 é capaz de reduzir o rendimento de grãos de soja em 3 a 4,4%, enquanto cada planta de R. brasiliensis reduz o rendimento em 2 a 2,6%. Para ambas as espécies rubiáceas, a redução do rendimento da soja decorrente da competição foi motivada pelo decréscimo no número de vagens por planta, número de grãos por vagem e massa de mil grãos.
Palavras-chave:
competição interespecífica; Glycine max; Richardia brasiliensis; Borreria latifolia; densidade