RESUMO.
Esse artigo analisa a institucionalização da assistência social no Brasil e a implicação dos trabalhadores sociais neste campo. Partimos da narrativa de vida de Maria, que da experiência religiosa parte para a militância nos movimentos sociais e institucionaliza sua prática na ampliação da assistência social do governo de Luiz Inácio Lula da Silva em 2004. Neste contexto de luta e paixões, Maria investe em um saber prático que se torna o ponto de partida para a construção de uma sobreimplicação. Pelo método de narrativas de vida e da análise institucional, o trabalho contempla o campo micropolítico de um percurso biográfico para chegar a aspectos sócio-históricos da constituição da pasta no país e a construção de uma sensibilidade peculiar por parte dos trabalhadores. Essa sensibilidade, construída nas experiências anteriores ao trabalho social e potencializada no encontro com a política institucionalizada, pode adoecer os profissionais e favorecer a precarização da política pública quando alimenta um compromisso pessoal que se nega a enxergar a complexidade do que seja manter a seguridade social com competência e seriedade no país.
Palavras-chave:
Serviços sociais; análise institucional; subjetividade