Historicamente, a semântica da amizade tem sido articulada aos ideais de igualdade e fraternidade, caracterizando-se por uma semântica familialista que associa o amigo à figura do irmão; no entanto alguns autores apontam que a semântica familialista pautada na prerrogativa de intimidade e familiaridade privilegia processos de homogeneização e supressão da alteridade, podendo configurar práticas intolerantes, de desumanização e descriminação do outro. Este artigo pretende descrever e discutir alguns resultados de uma pesquisa que buscou investigar a semântica da amizade nos discursos contemporâneos. A semântica familialista da amizade mostrou-se articulada à fragilidade dos laços e à depreciação das habilidades sociais que o encontro com a alteridade requer.
amizade; semântica familialista; fragilidade dos laços