O casamento contemporâneo não necessariamente envolve um projeto de filiação e descendência. Tal fenômeno só é possível em função das mudanças que foram ocorrendo na transição do modelo tradicional de família para as novas configurações, nas quais observamos variadas facetas do desejo de procriação, representadas seja pela busca de um filho quando não existem possibilidades biológicas de concepção, seja por seu inverso, a escolha voluntária por não ter filhos. O objetivo deste artigo é refletir acerca do estigma e conjugalidade presentes na opção de casais por não ter filhos. O método empregado na pesquisa foi o clínico-qualitatitvo, sendo realizadas entrevistas com quatro casais heterossexuais, sem filhos por opção, na região metropolitana de São Paulo. De acordo com os resultados coletados, todos os casais relataram, de forma espontânea, sofrer ou ter sido submetidos à pressão social e sentir-se estigmatizados em função de suas escolhas. Cada um dos casais é impactado de uma maneira singular, reagindo a esse fenômeno de diferentes formas, a depender do tipo de vínculo conjugal estabelecido.
Não-maternidade; estigma; casamento