EDITORIAL
Ciência e uso do conhecimento
Hoje, todos os países estão cientes da relevância da ciência para seu desenvolvimento e patiicipação na aplicação dos conhecimentos que ela gera para preservaro mundo e atendimento das necessidades do homem. Mais ainda, todos devem estar cientes de que não apenas a geração de conhecimento mas o seu uso devem ser feitos dentro dos princípios da ética. Só assim, a ciência estará realmente a serviço do homem, melhorando a sua qualidade de vida.
Os benefícios do uso adequado da ciência são do conhecimento de todos, o impacto da ciência na vida diária é sentido ou deveria ser por todos. Infelizmente, esses resultados não chegam a todos especialmente em países onde o próprio desenvolvimento não é satisfatório. Realmente há uma grande desigualdade na distribuição dos benefícios da ciência entre países e entre regiões de um mesmo país.
O uso inadequado e ou a ausência de uso do conhecimento científico é também uma fonte de problemas que podem pôr em risco o próprio homem, ou até mesmo o planeta como um todo. Mas não é esse aspecto que se pretende destacar neste editorial. A ênfase aqui é de que o conhecimento científico eticamente gerado, tendo por meta a melhoria da qualidade de vida de todos, em todos os ambientes e níveis precisa também ser usado com igual cuidado e rigor. Especialmente destaca-se aqui o seu uso no ambiente escolar, onde a interdisciplinaridade e a unificação de teorias e modelos deveriam ser a tônica.
O primeiro passo é reconhecer que a ciência (não a opinião pessoal) é um recurso poderoso para se conhecer a própria educação, a escola e seus atores. O papel do conhecimento científico tende a crescer nos próximos anos e ninguém que atue no setor educacional pode ignorar isso. Cada vez mais, com a informação científica necessária, administradores, pais, professores e demais profissionais que trabalham na escola disporão de dados suficientes para a tomada de decisão em suas atividades.
Nestas circunstâncias é preciso de um lado estar ciente da necessidade e do valor do conhecimento científico e, de outro, ter acesso amplo e irrestrito a esse conhecimento, para poder usá-Io com o respeito devido aos Direitos Humanos, reconhecendo e aproveitando criativamente as diferenças existentes entre os alunos, dirigentes, docentes, pais etc.
É preciso usar o conhecimento científico dentro do contexto das características locais e tradicionais que devem ser preservadas e, ao mesmo tempo, assegurar o melhor para cada pessoa e para todos.
A ciência tem soluções para muitos dos problemas vivenciados em cada classe, em cada escola, em cada sistema educacional, podendo ser de grande ajuda na solução dos mesmos. É preciso que os que trabalham nas escolas busquem atualizar-se freqüentem ente para poderem acompanhar e usar essas informações.
A ciência precisa ter e atuar com os seus muitos parceiros da escola para obter um progresso real, efetivo, justo, que garanta a todos bem-estar e desenvolvimento contínuo.
Psicologia Escolar e Educacional tem se empenhado para levar ciência aos seus leitores, espera-se que ela possa ser bem usada por todos. Espera-se também que cientistas da área e de áreas conexas, que produzam saberes, puros ou aplicados, de interesse para âmbito educacional usem estas páginas para chegarem aos seus pares e aos seus usuários potenciais.
É preciso gerar conhecimentos para o progresso; usar esse conhecimento para reduzir as desigualdades e estimular a paz, viabilizar o desenvolvimento, para atender às necessidades das micros e macrosociedades, para ajudar a cada homem. Mas é preciso que as pessoas busquem, assimilem e usem esse conhecimento em sua práxis diária.Caso contrário, não será possível patiilhar dos benefícios do saber produzido pela ciência. Isso pede um compromisso de intercâmbio constante entre produtor e consumidor.
Psicologia Escolar e Educacional é um veículo que busca fazer essa aproximação. Gostaria de ter as opiniões e sugestões tanto de produtores como de consumidores para poder melhor atendê-los.
Geraldina Porto Witter
Presidente Atual
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
10 Maio 2011 -
Data do Fascículo
1998