RESUMO
Olhar criticamente a avaliação na Universidade compromete dimensões pedagógicas substantivas, especialmente em atenção às consequências ético-políticas. Neste estudo analisam-se as propostas de avaliação da aprendizagem no contexto universitário segundo se expressam nos Planos de Trabalho Docente e faz-se uma reflexão sobre os pressupostos pedagógicos ali comprometidos. Mediante um estudo descritivo, transversal e qualitativo, entrevistaram-se professores responsáveis por três disciplinas da área psicológica da carreira Terapia Ocupacional e analisaram-se os instrumentos docentes de planejamento e avaliação utilizados. Os conteúdos produzidos em parceria nestas instâncias sugerem que o exame constitui um instrumento privilegiado de avaliação que outorga a acreditação dos conhecimentos adquiridos. Entretanto, o discurso e os planos priorizam uma perspectiva construtivista e formativa - e evidencia-se ênfase no processo e interesse nas devoluções e crescente autonomia dos estudantes - os instrumentos de avaliação para a qualificação continuam aderidos a uma perspectiva tradicional quantitativa focada nos resultados. Entretanto, são usados em combinação com outras produções estudantis coerentes com perspectivas epistemológicas e teóricas vigentes, ainda que sem intervir na acreditação definitiva das disciplinas.
Palavras-chave:
avaliação; docência universitária; ensino de psicologia