Open-access O PAPEL DO PSICÓLOGO ESCOLAR SEGUNDO PROFESSORES: UMA ABORDAGEM BIOECOLÓGICA

El papel del psicólogo escolar según profesores: un abordaje bioecológico

RESUMO

O objetivo desta pesquisa foi compreender, a partir da abordagem bioecológica, o papel do psicólogo escolar segundo a perspectiva de professores da educação infantil e do ensino fundamental de uma escola particular na cidade do Recife (PE). Foram realizadas entrevistas individuais com 10 professoras. Os dados foram analisados por meio da Técnica de Análise de Conteúdo Temática. Foram identificadas três categorias (atividades frequentes do psicólogo, papel do psicólogo, e concepção de psicólogo) que revelaram o reconhecimento da postura ativa do psicólogo, considerado um profissional com olhar diferenciado e cuja atuação é voltada ao aluno, à sua família e aos professores, possibilitando um espaço de trocas e parcerias. A transição ecológica e os processos proximais têm papel fundamental na compreensão da atuação do psicólogo escolar. Essa compreensão, por parte das professoras, está de acordo com o novo modelo de atuação esperada desse profissional - a prática preventiva e relacional - em detrimento do antigo paradigma.

Palavras-Chave: Psicologia Escolar; atuação do psicólogo; psicólogos escolares; professores

RESUMEN

El objetivo de esta investigación fue comprender, a partir del abordaje bio ecológica, el papel del psicólogo escolar según la perspectiva de profesores de la educación infantil y enseñanza básica de una escuela particular en la ciudad de Recife. Se realizaron entrevistas individuales con 10 profesoras. Los datos se analizaron por intermedio de la Técnica de Análisis de Contenido Temática. Se identificaron tres categorías (actividades frecuentes del psicólogo, papel del psicólogo, y concepción de psicólogo) que apuntaron el reconocimiento de la postura activa del psicólogo, considerado un profesional con mirada diferenciada y cuya actuación está volcada al alumno, a su familia y a los profesores, posibilitando un espacio de cambios y alianzas. La transición ecológica y los procesos proximales tienen papel fundamental en la comprensión de la actuación del psicólogo escolar. Esa comprensión, por parte de las profesoras, está de acuerdo con el nuevo modelo de actuación esperada de ese profesional - la práctica preventiva y relacional - en detrimento del antiguo paradigma.

Palabras clave: Psicología Escolar; actuación del psicólogo; psicólogos escolares, profesores

ABSTRACT

The objective of this research was to understand, from a Bioecological approach, the role of the school psychologist according to the perspective of early childhood and elementary school teachers in a private school in the city of Recife. Individual interviews were conducted with 10 teachers. Data were analyzed using the Thematic Content Analysis Technique. Three categories were identified (frequent activities of the psychologist, role of the psychologist, and the psychologist’s conception) that revealed the recognition of the psychologist’s active posture, considered a professional with a differentiated look and whose performance is focused on students, their families, and teachers, while creating a space for exchange and partnership. The ecological transition and the proximal processes play a fundamental role in understanding the role of the school psychologist. This understanding, by the teachers, is in accordance with the new model of performance expected from this professional - preventive and relational practice - rather than old paradigms.

Keywords: School Psychology; the psychologist’s role; bioecologial approach; school psychologists; teachers

INTRODUÇÃO

Em 1962, a Psicologia foi juridicamente reconhecida no Brasil como profissão em que um dos campos de atuação era a Escola. A aplicação de conhecimentos da Psicologia no campo da Educação, porém, é ainda mais antiga: a atuação da Psicologia Escolar acompanhou o próprio desenvolvimento da Psicologia como ciência (Dias, Patias, & Abaid, 2014). A prática do psicólogo escolar, desde então, sofreu diversas alterações. Nas décadas de 70 e 80 houve muitas críticas em relação à prática psicometrista, excludente, normatizadora, que se respaldava em causalidades lineares e modelos clínicos acríticos de intervenções na escola (Andrada, 2005; Brasileiro & Souza, 2010; Carvalho & Marinho-Araújo, 2009; Pereira-Silva, Andrade, Crolman, & Mejía, 2017).

Atualmente, segundo Oliveira e Marinho-Araújo (2009), há uma busca da Psicologia Escolar por uma atuação que se baseia no crescimento e sucesso dos atores escolares ao invés da ênfase nos problemas e dificuldades. Essa sustentação em parâmetros de sucessos e não de fracasso visa solidificar uma atuação de caráter preventivo e relacional. A atual tendência, de acordo com Andrada (2005), é a prática relacional pautada em um modelo de causalidade circular, na qual o trabalhar na interdisciplinaridade se faz essencial. Concordando com isso, Santos (2009) diz que a formação e o trabalho efetivado pelo psicólogo escolar são por natureza interdisciplinares, não sendo possível atuar na escola de forma eficaz sem que haja uma interação favorável com os outros educadores. A produção de intervenções eficazes é obtida quando a atuação do psicólogo escolar está vinculada às interações sociais, intra e extraescolares.

Outro ponto importante para a atuação do psicólogo escolar é a análise da instituição. Não se pode atuar de forma descontextualizada; é preciso conhecer a dinamicidade da escola, sua cultura organizacional e necessidades. Isso porque o parâmetro para a atuação do psicólogo escolar é obtido a partir das necessidades emergentes de cada escola, levando em conta as relações que nela se constituem a partir das raízes históricas, sociais e culturais, compreendendo a escola como produtora e produto dessas relações histórico-culturais (American Psychological Association [APA], 2018; Correia & Campos, 2004; Del Prette & Del Prette, 1996; Moura & Facci, 2016; Oliveira & Marinho-Araújo, 2009).

Por consenso de vários autores (Andrada, 2005; Carvalho & Marinho-Araújo, 2009; Oliveira & Marinho-Araújo, 2009; Sullivan & Long, 2010; Vokoy & Pedrosa, 2005), a atuação do psicólogo deve ser crítica, contextual, fundamentada no paradigma interdisciplinar; visando a reflexão e transformação; intervindo amplamente com todos os componentes envolvidos no processo ensino-aprendizagem; promovedora de conscientização; preventiva; coletivamente construída; institucional e relacional. É importante compreender como a atuação do psicólogo, em específico o psicólogo escolar, é concebida pelas pessoas integrantes das várias esferas em que essa atuação ocorre, para identificar quais são as demandas e expectativas dessa população.

Uma pesquisa realizada em Minas Gerais sobre o papel do psicólogo escolar na concepção de professores e gestores de uma escola particular revelou que a visão de uma prática clínica baseada em uma causalidade linear ainda é presente. Os resultados da investigação indicaram que gestores e professores apontam o psicólogo escolar como um “especialista”, que tem conhecimentos e habilidades únicas para resolver certas problemáticas dos alunos, mas também “como um profissional ‘auxiliar’, dispensável, mostrando que não há muita necessidade de seus serviços, podendo ser solicitado apenas nos momentos considerados difíceis ou insolúveis” (Pereira-Silva et al., 2017, p. 413).

Segundo pesquisa de Bastos e Pylro (2016) a compreensão dos professores em relação à função e possibilidades de intervenção do psicólogo escolar ainda reproduzem a história da atuação deste profissional no Brasil. De acordo com os professores entrevistados nessa pesquisa, a atuação do psicólogo escolar deveria estar voltada principalmente para o aluno “problema” e sua família. Mais uma vez a visão de modelo clínico de atuação permanece como centro.

Outro estudo que buscou analisar expectativas e opiniões dos professores acerca da inserção e papel da Psicologia na escola, realizado com professores em escolas municipais de Porto Alegre revelou, em seus resultados, equívocos na concepção acerca do papel do psicólogo escolar, especialmente no que diz respeito às possibilidades de intervenções da Psicologia nesse contexto (Giongo & Oliveira-Menegotto, 2010).

Os novos contextos e realidades emergentes revelam conflitos que têm cada vez mais demandado a atuação do psicólogo nas escolas (Dias et al., 2014). Aos novos psicólogos cabe a tarefa de consolidar seu espaço profissional por meio de práticas psicológicas que promovam o reconhecimento social da profissão e afirmem a identidade do psicólogo escolar como um agente de transformação e não adequação.

Sabendo que a compreensão sobre o psicólogo escolar, isto é, a “visão” que a população tem sobre quem é esse profissional e como ele pode atuar é que fornece subsídios para discussões, futuras pesquisas e reflexões sobre a prática, diversos pesquisadores (Dias et al., 2014; Pereira-Silva, 2017; Bastos & Pylro, 2016) defendem a necessidade de mais investigações empíricas sobre a atuação do psicólogo em contextos escolares variados. Nesse sentido, vale ressaltar que, como Bronfenbrenner (1979/1996, p. 87) afirma: “diferentes tipos de ambientes dão origem a padrões distintos de papéis, atividades e relações para as pessoas que se tornam participantes nestes ambientes”. Diante disso, a presente pesquisa teve como objetivo compreender, a partir da abordagem bioecológica, o papel do psicólogo na escola segundo a perspectiva dos professores da educação infantil e ensino fundamental.

A abordagem Bioecológica de Urie Bronfenbrenner parece ser uma escolha teórica adequada para essa tarefa, uma vez que enfatiza os processos psicológicos pelos seus conteúdos, considerando que eles mudam em função da exposição e interação com o meio ambiente. Essa abordagem tem por pilares o modelo PPCT, que estabelece quatro núcleos básicos inter-relacionados e dinâmicos: pessoa, que diz respeito às qualidades pessoais, disposições, experiências, demandas, recursos bioecológicos e habilidades; processos proximais, que são formas duradouras de interação no contexto imediato; contexto, que compreende os sistemas (micro-, meso-, exo- e macro-); e tempo, que pode ser entendido como o desenvolvimento no sentido histórico (Bronfenbrenner, 1979/1996; Bronfenbrenner & Morris, 1998). O enfoque está na maneira pela qual o meio ambiente é percebido pelos seres humanos que interagem dentro dele e com ele numa visão sistêmica. “Na pesquisa ecológica, as propriedades da pessoa e do meio ambiente, a estrutura dos cenários ambientais e os processos ocorrendo dentro e entre eles devem ser considerados como interdependentes e analisados em termos de sistemas” (Bronfenbrenner, 1979/1996, p. 33).

Assim, a partir de tal enfoque teórico, pode-se questionar: Como ocorrem as interações do psicólogo no contexto escolar, na perspectiva dos professores? Como se constituem os processos proximais entre professores e psicólogo escolar? Como tais processos proximais influenciam as concepções dos professores sobre a atuação do psicólogo escolar? Dessa forma, pretende-se que a presente pesquisa contribua não só para a esfera acadêmica, mas também para o exercício da profissão do psicólogo escolar, uma vez que possibilitará uma maior reflexão sobre sua prática.

MÉTODO

Trata-se de um estudo qualitativo com 10 professoras de uma escola particular de médio porte na cidade do Recife (PE) no período de junho a dezembro de 2018. A amostra foi intencional por conveniência e a coleta de dados realizada por meio de entrevistas semiestruturadas. Os dados foram analisados de acordo com a Técnica de Análise de Conteúdo Temática (Minayo, 2013). As Normas da Resolução 510/16 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) foram contempladas em todas as etapas da pesquisa a qual foi autorizada pelo CEP/FPS pelo parecer CAAE nº 88209518.6.0000.5569.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Participaram da pesquisa 10 professoras, sendo cinco da Educação Fundamental e cinco da Educação Infantil; seus nomes foram trocados por nomes fictícios, inspirados em flores, com fins de sigilo. Todos os participantes eram do sexo feminino e possuíam ao menos uma especialização já concluída ou em andamento. Pontua-se que a instituição pesquisada possui uma especificidade de ter “aula de Psicologia”, que é o período de uma aula destinado ao psicólogo, que acontece quinzenalmente, para esse profissional entrar em sala de aula e trabalhar algo de sua escolha com a turma. Além disso, na Educação Infantil o psicólogo entra em sala semanalmente para observar a turma. Sendo assim, a referência das professoras à aula do psicólogo esteve presente em diversas falas durante as entrevistas. A partir da análise do conteúdo das entrevistas realizadas com essas professoras, foram identificadas três categorias: Atividades Frequentes do Psicólogo, Papel do psicólogo e Concepção de psicólogo.

Atividades Frequentes do Psicólogo

Foram apontadas pelas professoras como atividades frequentes dos psicólogos as observações em sala de aula; o acompanhamento dos alunos; o atendimento/intermediação com a família; as orientações às professoras para trabalhar as dificuldades dos alunos; a elaboração de intervenções; a criação de projetos para serem trabalhados na escola; a proposição de estudos para a capacitação dos professores; e a execução de atividades voltadas ao desenvolvimento da criança como cidadão e pessoa. Nota-se que as atividades do psicólogo não estão voltadas apenas ao aluno, mas também à sua família e aos professores. As falas de Rosa e Lily, respectivamente, ressaltam o bom relacionamento entre professor e psicólogo, bem como uma postura ativa do psicólogo que possibilita um espaço de trocas e parceria:

“Elas sempre tão buscando também com a gente assim, procurar saber o que é que tá acontecendo, como é que tá a sala, se tem alguma dificuldade”. (Rosa)

“E que também tinha muito essa questão de parceria, a gente tava sempre falando, sempre buscando uma ajuda nesse sentido”. (Lily)

Em relação ao acompanhamento dos alunos, foram destacadas as características de ser contínuo e de perto, permitindo conhecer a singularidade de cada criança para planejar intervenções e orientações aos pais. Isso pode ser identificado nas falas de Íris, Jasmin e Acácia, respectivamente:

“Acompanham os alunos desde... a maioria dos alunos daqui vem lá do ninho, bem do pequenininho. Então eles conhecem bem os alunos, a família.” (Íris)

“E aí ela vai pontuando e vai dando dicas de como isso pode ser trabalhado em casa.” (Jasmin)

“A psicóloga ela conhece cada caso, né, é bem específico de cada criança. E aí ela começa com uma intervenção (...) A gente consegue realmente que essa criança supere essas dificuldades, né.” (Acácia)

Pode-se perceber, com essas falas, que o reconhecimento do bom relacionamento entre professoras e psicóloga, bem como da postura ativa assumida pela psicóloga no contexto escolar e da oportunidade para trocas e parcerias entre todos os atores envolvidos no processo ensino-aprendizagem (professores, alunos e família) indica que a compreensão que essas professoras têm sobre a atuação do psicólogo escolar é condizente com o que Andrada (2005), Carvalho e Marinho-Araújo (2009), Oliveira (2009), Sullivan e Long (2010) e Vokoy e Pedrosa (2005) defendem a esse respeito, isto é, uma atuação contextual, interdisciplinar, relacional e coletivamente construída.

As características destacadas nas falas acima constituem também características dos processos proximais. São chamados processos proximais os padrões duradouros de interações recíprocas de um indivíduo no contexto imediato, incorporando pessoas, objetos e símbolos. As principais características desses processos são a reciprocidade, que enfatiza que as relações das pessoas com os ambientes são bidirecionais; o equilíbrio de poder, que faz referência ao estabelecimento de relações mais horizontais com menor hierarquia; e a relação afetiva, que diz respeito ao conteúdo afetivo das relações (Bronfenbrenner, 1979/1996; Griffore & Phenice, 2016). O vínculo estabelecido entre psicólogo, o aluno e sua família, devido ao acompanhamento de longa duração mencionado nas falas acima de Íris e Acácia, por exemplo, configuram o conteúdo afetivo dessas relações.

Papel do psicólogo

Os papéis, assim como os fatores de atividades e relação interpessoal constituem os blocos construtores do microssistema, isso é, seus elementos. Bronfenbrenner compreende papel segundo a definição usada nas ciências sociais: uma série de comportamentos e expectativas associadas a uma posição na sociedade (Bronfenbrenner, 1979/1996). Na perspectiva ecológica entende-se que as concepções das professoras sobre o que seria papel do psicólogo são frutos das interações dentro desse microssistema e da maneira pela qual estas interações e o meio ambiente são percebidos.

Segundo as professoras seria papel do psicólogo: trabalhar com a prevenção, orientar e alertar a família e os outros profissionais da instituição para se trabalhar com as crianças; acompanhar o desenvolvimento da turma; equilibrar o ambiente entre os alunos, ou entre os professores e outros funcionários; orientar e guiar os professores diante de situações difíceis; e manter um acompanhamento com os alunos e com os pais. A professora Dália apontou três funções que seriam do psicólogo na escola:

“(...) ele dá um suporte pedagógico pra gente, também dá um suporte no que diz respeito ao comportamento de alunos especiais (...) intermedia muito a relação entre pais e escola. Têm essas 03 funções aqui na escola o psicólogo.” (Dália)

Daisy fala sobre o papel de proporcionar um equilíbrio ao ambiente:

pra mim é basicamente uma pessoa que vai tentar equilibrar o ambiente, né. Seja entre os professores, seja entre os profissionais diversos que tem na escola, os funcionários, e principalmente com os alunos. (...) Eu acho que tem muito esse papel de equilibrar o ambiente (...).” (Daisy)

O interessante nessa fala é que engloba os diversos profissionais da escola, o que pressupõe que o psicólogo pode intervir, assim como defendido por Santos (2009), com todos os componentes envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Além disso, esse papel de “equilíbrio do ambiente e entre os atores” contribui para a construção de relações mais horizontais, no que diz respeito à menor hierarquia e maior equilíbrio no exercício de poder, que é uma das características importantes para os processos proximais.

O papel do psicólogo enquanto parceiro e apoio ao professor é expresso na fala de Lily: “(...) perceber a necessidade da criança; você pode tá agindo e ser parceira do professor, né pra poder, nessa questão de orientação, orientar o professor em algumas questões.” (Lily)

Nas falas dos professores identificou-se também que o olhar diferenciado do psicólogo deve ser usado para prover maior suporte ao professor (orientações; trocas; esclarecimento de dúvidas). Isso pode ser encontrado na fala de Jasmin que apresenta uma visão da relação pedagogo-psicólogo como complementar, de ajuda mútua:

“É que a visão do psicólogo é diferente da do pedagogo, né. E aí elas acabam dando um suporte maior com a direção, às vezes, um norte de como fazer, de identificar também algum problema que às vezes a gente não enxerga. Porque assim, o olhar do psicólogo é diferente do pedagogo. Mas um ajuda o outro. E aqui eu observo que isso acontece realmente na prática. E o apoio é, que dá, passa mais segurança pra gente que a gente vai tirar dúvidas.” (Jasmin)

Rosa aponta ainda a necessidade de o psicólogo exercer um papel de investigador:

“O profissional de psicologia tem que ter essa visão direcionada ao por que. Porque ele tá agindo dessa forma, eu acho que tem que ser um investigador. O psicólogo tem que ser um investigador mesmo, das atitudes, de comportamento, da questão de como lidar com o outro.” (Rosa)

O sentido subjacente a essas falas é o de que o papel do psicólogo escolar é essencial para a instituição, seja como apoio e suporte à equipe de professores, seja o de contribuir com seu saber para a compreensão das demandas que surgem no contexto escolar, proporcionando equilíbrio a esse contexto. Isso vai de encontro aos resultados da investigação de Pereira-Silva (2017), na qual a compreensão que gestores e professores têm do psicólogo escolar é a de um profissional dispensável, cujos serviços são solicitados apenas em momentos difíceis.

Contudo, tanto no discurso das professoras da Educação Infantil quanto do Ensino Fundamental nota-se que as professoras ainda não reconhecem o papel do psicólogo como aquele que intervém também para modificar o sistema educacional, se necessário. O foco continua sendo o aluno e sua família. A intervenção com o professor é considerada prioritariamente com fins de orientar a professora como trabalhar com a criança. Isso pode estar refletindo os equívocos ainda existentes na compreensão do papel do psicólogo escolar, por parte dos professores, conforme apontado por Giongo & Oliveira-Menegotto (2010). Por outro lado, vale ressaltar que trabalhar com o professor e sua prática faz parte de uma intervenção preventiva do psicólogo escolar, que se configura como o modelo atual de atuação.

Concepção de psicólogo

A separação dos tópicos desta categoria foi pensada considerando o conceito de transição ecológica proposto por Bronfenbrenner que diz respeito à alteração da posição de uma pessoa no meio ambiente ecológico devido a uma mudança de papel ou ambiente (Bronfenbrenner, 1979/1996). Essas transições quase sempre alteram a maneira de agir, pensar e sentir da pessoa. Logo, concepções diferentes poderiam ser encontradas por causa das transições ecológicas, como, por exemplo, a concepção de psicólogo escolar anterior à atuação como professora, isso é, anterior à transição ecológica de “tornar-se pedagoga”. Outro exemplo seria a t-roca do ambiente, entendida como a mudança para a atual instituição de ensino, como outra transição ecológica resultando em diferentes imagens em relação às experiências das professoras trabalhando com psicólogos em outras instituições; e a concepção de psicólogo escolar das professoras atualmente.

De acordo com as professoras entrevistadas, a concepção que se tinha de psicólogo escolar antes de começarem a atuar como professoras era a do psicólogo como um profissional que intervia em último caso para resolver problemas; cujo papel se misturava com o trabalho de gestão; como aquele que atuaria apenas frente a comportamentos divergentes; que iria fazer atendimento com os pais, mas não com a criança; ou para quem o aluno deveria ir se fosse necessário, e não o contrário. As respectivas falas de Rosa, Jasmin e Acácia ilustram bem isso:

“(...) quando você estava precisando você ia até ele. (...) Mas não tinha atividades que o psicólogo fosse lá fazer com você ou pelo menos procurar saber como é que você estava.” (Rosa)

“(...) o psicólogo quando ele tá na escola ele estava ali para dar um suporte aos pais.” (Jasmin)

“(...) eu tinha visão do psicólogo como uma pessoa que tava lá só para resolver problema, e às vezes até misturar a parte da gestão com a parte do trabalho dele em si. (...) o psicólogo ele só entrava em cena quando o professor tirava a criança de sala de aula e botava pra coordenação, e aí entrava o psicólogo pra conversar né; quando era uma criança muito rebelde.” (Acácia)

Outras professoras associaram o psicólogo escolar à atuação clínica e não à função pedagógica de um profissional dentro de sala de aula ou habilitado a intervir junto aos demais componentes da escola como um todo, conforme os pressupostos do paradigma atual da psicologia escolar. Isso é ilustrado pelas falas de Dália e Azaleia, respectivamente:

“Eu acho que eu pensava, mesmo na escola, mais na parte clínica entendeu? Eu ainda não tinha feito essa ligação com o pedagógico, do profissional atuar dentro da sala de aula.” (Dália)

“Eu via que realmente não linkava muito sala de aula com psicologia; era mais pra resolver indisciplina.” (Azaleia)

A descrição do profissional de psicologia como tendo uma atuação de caráter remediativo ao invés de preventivo, e associado à prática clínica e não a uma prática voltada à sala de aula, é compreensível já que a transição ecológica relacionada à mudança de papel do “tornar-se pedagogo” e, consequentemente, a maior vivência e experiência em sala de aula ainda não tinham ocorrido. Em outras palavras, é compreensível que essa concepção do psicólogo, antes da transição ecológica, seja coerente com o modelo tradicional de atuação do psicólogo escolar, que era de caráter remediativo e clínico.

Em relação às experiências em instituições anteriores, em que atuaram como professoras, as entrevistadas relataram que o trabalho dos psicólogos nessas outras instituições era focado em sua maioria em crianças com diagnósticos ou voltado à solução de conflitos e indisciplina dos alunos. Duas professoras relataram trabalharem anteriormente em escolas onde não havia psicólogo; uma delas (Daisy), embora admitisse a falta desse profissional, justificou a ausência do psicólogo na última instituição em que trabalhou devido ao fato de não haver muitas crianças com deficiência:

“Mas também o número de especiais também era bem menor. Mas fazia muita falta porque às vezes você tinha uma situação e você precisava de uma visão desse especialista e acabava que não tinha. E geralmente a coordenação assumia esse papel (...)”. (Daisy)

Outras professoras também relataram que o trabalho do psicólogo escolar em instituições anteriores era focado em sua maioria em crianças com deficiências (com diagnóstico) e que não havia intervenções com alunos que apresentavam outras dificuldades. Exemplo disso é fornecido por Jasmin referindo-se ao acompanhamento do psicólogo: “Era só nas crianças que tinham algum diagnóstico já fechado. As outras não; as outras a gente tinha que resolver mais com as coordenadoras.” (Jasmin)

Na escola onde Rosa trabalhou anteriormente o psicólogo não entrava em sala, e nem estava todos os dias na escola. Azaleia também relatou a falta do acompanhamento de perto e em sala de aula. Para ela, a atuação do psicólogo era voltada para a disciplina dos alunos e a solução de conflitos mais fortes: “Era mais pra casos de disciplina, aí a gente levava, sabe? (...) é como se fosse um consultório assim, sabe? Não era uma coisa que tava sempre em sala de aula acompanhando os alunos.” (Azaleia)

Outras professoras também relataram não haver trabalho direcionado para a sala de aula. A conversa com os alunos e a intervenção com os pais se davam de acordo com o pedido da escola, como exemplifica Acácia, destacando a postura passiva do psicólogo: “(...) era um trabalho mais assim, que a escola pedia pra que chamasse os pais (...) a psicóloga era mais de conversar com o aluno e aí chamar os pais pra fazer essa intervenção.”. (Acácia)

Sendo assim, a concepção anterior à atuação de pedagogo que se tinha do psicólogo escolar reitera a visão do antigo paradigma de atuação do psicólogo escolar baseada em práticas normatizadoras e modelos clínicos acríticos de intervenção na escola. Em contrapartida, a concepção atual do psicólogo escolar, segundo as professoras, é de um profissional com uma posição mais ativa na escola, com um olhar diferenciado e direcionado a todas as crianças (não só às crianças com deficiências) e também à equipe. Isso é apontado por Margarida:

(...) o psicólogo ele está mais ativo, ele está, não mais com aquela visão apenas de lidar com os pais de conversar com os pais, ele está com um olhar direcionado ao aluno, direcionado a equipe né. Direcionado a esse contato que tem que ter entre família, escola, aluno né. Então eu acho que ele está mais direcionado, está mais ativo dentro da escola em si.” (Margarida)

Outra fala que mostra essa mudança de concepção de uma postura passiva para uma ativa do psicólogo é a de Rosa:

“E hoje em dia não, o psicólogo tá vindo até a sala de aula. Não é que a gente não precise ir em busca, mas eu acho que ele está vindo muito mais. Então a visão assim, muda essa questão de o psicólogo ir até a pessoa, e não só a pessoa ir até o psicólogo.” (Rosa)

Essa concepção do psicólogo mais presente e acessível à escola como um todo também pode ser encontrada na fala de Íris: “Hoje o psicólogo na escola é muito mais presente, muito mais acessível à escola toda, aos profissionais” (Íris). Jasmin também destaca o psicólogo como parceiro do professor e ponte para as famílias: “o psicólogo escolar hoje ele é uma ponte, assim, no sentido de que ele consegue atuar tanto nessa questão de percepção na sala de aula dos alunos, como ele também consegue mediar às situações com as famílias.” (Jasmin)

Além de ser mediador de conflitos, Lily reconhece o psicólogo como alguém com visão mais ampla e humanizada, um profissional que auxilia o professor e pode contribuir com outras percepções: “(...) eu preciso de alguém que possa ter um olhar diferente podendo me apontar outros caminhos. E eu acho que o ideal é o psicólogo, que tem uma visão mais ampla né, e humanizada.” (Lily)

Em acréscimo, Daisy, Hortência e Acácia reconhecem o psicólogo como parte fundamental na escola, como consta em suas falas, respectivamente:

“Eu descreveria como um profissional essencial, como base da realidade da nossa escola.” (Daisy)

“Então, pra mim enquanto profissional, o psicólogo é fundamental em uma instituição escolar. Eu não consigo enxergar uma escola sem psicólogo atuando de fato ali junto com o professor, junto com as famílias, com as crianças.” (Hortência)

“O psicólogo escolar hoje é parte fundamental em uma instituição. Ele é uma peça muito importante e ele é parceiro do professor. Sem ele eu acho que a gente não teria tanto sucesso com os nossos alunos.” (Acácia)

É possível notar semelhanças entre a concepção que as professoras disseram ter do psicólogo escolar antes de atuarem como pedagogas e a que tinham nas experiências vivenciadas por elas nas outras instituições. Ambas são completamente opostas à concepção que elas dizem ter atualmente do psicólogo escolar: uma concepção bem mais ampla e coerente com a abordagem preventiva e relacional como a que se espera de um psicólogo escolar atualmente. Isso sugere que a transição ecológica no sentido da mudança de papel (tornar-se pedagogo), por si só, não foi suficiente para gerar essa mudança de pensamento. Nesse caso, talvez tenha sido a transição ecológica no sentido da mudança de ambiente o que desencadeou as falas que denotam uma mudança na compreensão do papel do psicólogo. É possível que os processos proximais possam estar também relacionados com a ocorrência dessa mudança se for considerado que apenas quando o novo ambiente proporciona a constituição de processos proximais (como, por exemplo, a parceria entre professores e psicólogos) é que a transição ecológica (no sentido da mudança de ambiente) tem maior potencial de promover essa mudança de concepção sobre o psicólogo.

A experiência na escola atual, em que o psicólogo tem um espaço regular de interações na sala de aula, o qual é usado de forma colaborativa com as professoras, provavelmente permitiu uma maior compreensão de seu papel por parte das professoras. Isso sugere que a reciprocidade está funcionando nesses espaços que são compartilhados entre psicólogos e professores; e que existe um equilíbrio de poder nas relações, uma vez que as professoras não se sentem submissas à atuação da psicóloga e nem essa se sente excluída dos processos pedagógicos. Dessa forma, esse novo ambiente aparenta proporcionar processos proximais que atuam a favor da construção de uma concepção de profissional da psicologia de acordo com o novo modelo de atuação que lhe é preconizado.

CONCLUSÃO

Os resultados da pesquisa apontam uma mudança na compreensão do papel do psicólogo por parte das professoras. O discurso que reitera o antigo paradigma de atuação do psicólogo na escola (como sendo normatizadora, excludente, de caráter remediativo e associada a práticas clínicas) foi encontrado apenas nas falas referentes às antigas concepções que as entrevistadas tinham em relação ao psicólogo escolar.

Na perspectiva das professoras entrevistadas o psicólogo escolar hoje é tido como um profissional fundamental na escola; que traz contribuições devido ao seu olhar diferenciado e conhecimentos específicos; que atua não só com os alunos e sua família, mas também junto aos demais profissionais da escola; e que está mais presente e acessível à escola como um todo. Destacou-se na pesquisa a parceria e o bom relacionamento entre professor e psicólogo; a mudança de concepção de uma postura passiva para uma postura ativa do psicólogo; o aumento do entendimento relativo às possibilidades de intervenções do psicólogo; e o caráter preventivo dessas intervenções.

Sendo assim, as professoras entrevistadas nesta pesquisa demonstram possuir um conhecimento mais amplo e coerente do papel do psicólogo escolar, em relação à abordagem preventiva e relacional esperada atualmente da prática desse profissional, o que é coerente ao novo paradigma da atuação do psicólogo escolar. Esses resultados diferem dos resultados encontrados em estudos anteriores realizados também com professores acerca do papel do psicólogo, como no caso das pesquisas de Bastos e Pylro (2016) e Pereira-Silva et al. (2017), já que nesses estudos foi encontrada uma coerência maior ao antigo paradigma de atuação do psicólogo escolar.

Por fim, outro ponto relevante na pesquisa diz respeito às transições ecológicas e aos processos proximais. A escola onde foi realizada a pesquisa em específico constitui-se como um ambiente que proporcionou a constituição de processos proximais entre professores-psicólogos, e isso pode ter influenciado a compreensão do papel do psicólogo por parte das professoras. É possível que o fato da maioria das professoras possuir especialização, e o fato de a instituição pesquisada proporcionar “aulas de Psicologia” tenham contribuído para que os processos proximais e as transições ecológicas influenciem nessa capacidade de promover mudanças em relação às concepções sobre o psicólogo pelas professoras. Talvez o maior conhecimento técnico proporcionado por uma especialização, bem como a convivência semanal com o trabalho do psicólogo escolar, predisponham o professor à abertura para a vivência dos processos proximais e para as transformações inerentes às transições ecológicas.

Nesse aspecto, fazem-se necessárias investigações mais profundas e novos estudos, particularmente, sobre o papel dos processos proximais nas relações do psicólogo escolar com os demais atores do contexto escolar, inclusive em escolas que não proporcionam “aulas de Psicologia”.

REFERÊNCIAS

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Ago 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    11 Dez 2019
  • Aceito
    29 Maio 2021
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