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"A enganada" e "A morte em Veneza": a reconfiguração da doença no estilo tardio de Thomas Mann

“The Black Swann” and “Death in Venice”: the reconfiguration of disease in Thomas Mann’s late style

Resumo

O presente artigo busca determinar as diferentes elaborações literárias da doença, tema caro à obra de Thomas Mann, entre sua obra de juventude, A morte em Veneza (1912), e A enganada (Die Betrogene), uma “obra tardia”, publicada em 1953, dois anos antes da morte do escritor. Nesses quarenta anos de diferença, assistimos aos principais eventos históricos da primeira metade do século XX: a Primeira e Segunda Guerras Mundiais, que, tratando-se de um escritor realista, devem ser levadas em conta na construção de sua obra ficcional. Desse modo, busca-se compreender de que modo o escritor enquadra a doença como diapasão da história: na novela de 1912, assinalando a decadência da estética classicista e, na de 1953, reabilitando o amor romântico como forma de oposição ao mundo administrado após a derrocada de Hitler. Assim, o estilo tardio de Thomas Mann ganha forma através da reabilitação dos grandes temas da tradição literária alemã após atravessar sua maior crise cultural.

Palavras-chave:
estilo tardio; Thomas Mann; doença; crise da cultura

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