Resumo
O estabelecimento definitivo do Aedes aegypti nas Américas está associado às mudanças ambientais, urbanização desorganizada, ausência de água e saneamento básico e deslocamentos populacionais, definindo, assim, a trajetória da doença. O objetivo deste estudo foi analisar a distribuição espacial dos casos suspeitos de dengue e a relação com indicadores socioeconômicos no município de São Carlos-SP. Trata-se de estudo ecológico, realizado nesse município, em que foram utilizados dados secundários do Sistema de Informação sobre Agravos de Notificação no período de 2016 a 2017 e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística do Censo Demográfico de 2010. Os dados foram analisados por meio da Análise de Componentes Principais pelo software Statistica 12.0 e os mapas temáticos foram gerados pelo software Arcgis versão 10.5. Os resultados mostraram elevadas taxas de casos suspeitos de dengue em áreas de ponderação com condições sociais adequadas e taxas reduzidas em áreas de ponderação com iniquidades sociais. Concluiu-se que o perfil de casos suspeitos por dengue na população de São Carlos não está relacionado a baixos indicadores socioeconômicos, uma vez que a dinâmica e a mobilidade populacional relacionadas ao elevado fluxo de universitários podem influenciar no padrão de distribuição espacial da doença.
Palavras-Chave:
Vírus da dengue; Indicadores sociais; Indicadores econômicos; Análise espacial