Resumo
Este artigo é fruto de um recorte da pesquisa etnográfica de doutorado realizada em uma Unidade de Referência em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), no município de Peruíbe-SP. A abordagem centra-se na análise da implantação da Política Pública Municipal de PICS (PMPIC), possibilitada pela observação participante de reuniões com profissionais e gestores, registradas em diários de campo, leitura de documentos do Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde e do próprio texto da lei, bem como das narrativas dos atores envolvidos. A análise do material baseou-se na interpretação de base hermenêutica (GEERTZ, 1989), sendo apontados os principais desafios observados durante o acompanhamento do processo. O formato da PMPIC em Peruíbe, embora atenda ao recomendado em nível nacional e internacional, garantiu somente os aspectos jurídico-institucionais. Apesar do avanço na construção da política, os desafios para sua implementação e ampliação esbarram em dificuldades políticas e operacionais, que deverão ser superadas para o estabelecimento de amplas perspectivas para as práticas integrativas e complementares nos serviços de saúde do município.
Palavras-chave: Práticas integrativas e complementares; terapias complementares; etnografia; Sistema Único de Saúde; política de saúde