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Iniquidades na assistência pré-natal no Brasil: uma análise interseccional

Inequities in prenatal care in Brazil: an intersectional analysis

Resumo

O estudo investiga o impacto do intercruzamento de raça/cor, escolaridade e local de residência na não adequação do cuidado prestado em diferentes dimensões do pré-natal. Para tal, analisaram-se dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013 com modelos de regressão logística múltipla. Os resultados sugerem que as variáveis operam em conjunto na não adequação ao pré-natal. As mulheres negras e as menos escolarizadas apresentaram maior probabilidade de não ter 6 consultas de pré-natal, iniciadas antes da 12ª semana de gestação. Mulheres de até 20 anos de idade, residentes nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e menos escolarizadas foram menos submetidas aos exames laboratoriais e físicos preconizados. E, por último, mulheres negras e de até 20 anos de idade foram mais propensas a não receber orientações sobre o parto. Os achados reiteram a natureza multifacetada do problema e alertam para a insuficiência dos inquéritos populacionais, ao não incluir e não permitir a caracterização dos segmentos mais marginalizados da população, dificultando a investigação de realidades segundo uma perspectiva interseccional.

Palavras-Chave:
Raça; Escolaridade; Local de residência; Interseccionalidade; Atenção pré-natal

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