Este artigo trata das inovações acerca dos modos e das experiências de envelhecer que se vêm configurando nos últimos anos. Hábitos, imagens, crenças e condutas atreladas ao envelhecimento vêm-se alterando de forma significativa, determinando o surgimento do que se convenciona chamar de experiência da terceira idade. Mas, ainda que represente inovação e, sob muitos aspectos, seja descrita como uma reformulação extremamente positiva das possibilidades de envelhecer, o surgimento da terceira idade gera também questionamento e debate. Para compreender o estatuto desta experiência que surge no cenário contemporâneo, procederemos a um mapeamento da discussão acerca da terceira idade na literatura especializada, mais especificamente no que se refere a seu caráter de inovação em relação à identidade da velhice. Três hipóteses se destacam nesta análise: a primeira sugere que a terceira idade pode ser entendida como uma nova identidade, autônoma e diferenciada da identidade da velhice; a segunda, que seu surgimento pode ser compreendido como uma negação social da velhice propriamente dita; e, finalmente, a terceira hipótese supõe que as características da terceira idade são tributárias da experiência geracional de determinado grupo social. As principais hipóteses de entendimento da terceira idade são apresentadas e discutidas tendo em vista as possibilidades de criação, diversificação e inovação da experiência subjetiva.
envelhecimento; identidade; terceira idade