Resumo
Este artigo tem como objetivo refletir sobre o processo que vai desde a produção de conhecimento biomédico sobre diversas identidades sexuais genéricas, até mudanças nos modos de representar as pessoas transexuais como sujeitos de direito frente ao governo argentino. A intervenção dos coletivos organizados no cenário político imprimiu uma série de particularidades ao dispositivo médico-legal da transexualidade na Argentina. Assim, sujeitos-pacientes / que padecem, nascidos em “corpos errados”, passaram a se organizar coletivamente e empoderar-se a partir daquele corpo como um veículo para exigir e negociar outras possibilidades de ser e estar no mundo. A recente promulgação da Lei de Identidade de Gênero introduziu mudanças na democratização do acesso a tecnologias biomédicas de transformação corporal e dinâmicas de cuidados hospitalares e suas implicações na produção de subjetividades mediadas biotecnologicamente. Por fim, apresenta-se um debate em torno de novas formas de biossociabilidade e produção de conhecimento que formam relações particulares entre ciência, tecnologia, usuários, profissionais de saúde e instituições públicas.
Palavras-chave:
tecnologias biomédicas; produção de conhecimento; biossociabilidadae; pessoas trans