Trata-se de estudo de custo-efetividade comparando o teste de Papanicolaou com as novas tecnologias de rastreamento do câncer cérvico-uterino. Foi utilizado um modelo analítico de decisão para simular os impactos econômicos e em saúde das tecnologias de rastreamento, tendo como unidade de desfecho os casos detectados de câncer de colo uterino ou lesões precursoras de alta malignidade. As estratégias de rastreamento examinadas foram: teste de Papanicolaou; citologia em meio líquido; captura híbrida para Papilomavirus (CH-HPV); CH-HPV com autocoleta; associação do teste de Papanicolaou com CH-HPV; e associação de citologia em meio líquido com CH-HPV. O universo temporal restringiu-se a um ano. A perspectiva adotada no estudo foi a do sistema de saúde, contabilizando-se apenas os custos médicos diretos de rastreamento dos casos detectados e utilizando os valores propostos pela tabela da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos. Estimaram-se também os preços que as tecnologias não presentes na tabela de reembolso do SUS precisariam ter para que as relações de custo-efetividade fossem, no mínimo, equivalentes ao teste de Papanicolaou. Concluiu-se que, embora o teste de Papanicolaou possa ser mais custo-efetivo, as novas estratégias de rastreamento do câncer cérvico-uterino podem vir a mostrar melhor razão de custo-efetividade na dependência dos preços praticados no setor de saúde.
Diagnóstico precoce; câncer de colo uterino; custo-efetividade; teste de Papanicolaou; papilomavirus