Resumo
Nas últimas décadas, as tecnologias da informação foram incorporadas aos sistemas de saúde por meio da criação de "redes assistenciais", que devem integrar diferentes níveis, instituições e agentes. No Chile, o regime de "garantias explícitas em saúde" (GES) liga-se a essas reformas modernizadoras do Estado, cujo objetivo é melhorar a eficiência dos gastos públicos. Este trabalho analisa criticamente o desenvolvimento e implementação do "Sistema de Informação para a Gestão de Garantias em Saúde" (SIGGES), incorporando metodologias dos Estudos Sociais de Ciência e Tecnologia, e propõe um desenho de "etnografia do dispositivo". Como principais resultados, fica evidente que esta tecnologia da informação tem papel central na estabilização da política de saúde modernizadora, que deixa a gestão administrativa acima da integralidade do cuidado: o SIGGES atua como um mediador entre vários níveis e agentes em saúde para medir a produtividade do sistema, vinculada ao financiamento, com o qual modifica atividades clínicas e processos de subjetivação, privilegiando serviços curativos em vez de preventivos e de promoção; patologías GES em vez de No-GES, e centros urbanos em detrimento de áreas rurais.
Palavras-chave:
sistemas de informática; saúde; modernização do Estado; etnografia do dispositivo