Os protocolos de assistência médica à procriação comportam um exame biológico do esperma, realizado graças à masturbação praticada em locais inadequados para uma prática geralmente considerada erótica. Realizou-se investigação etnográfica em dois grandes hospitais parisienses. Os homens e as mulheres que participaram manifestaram reações subjetivas, associando constrangimento, vergonha, desagrado e nojo diante da prática da masturbação nesse contexto. A confusão entre os registros médico e sexual, as dificuldades para des-sexualizar uma prática que permanece como tabu e a natureza estéril do esperma produzido nessas circunstâncias seriam a causa das reações emocionais experimentadas em relação ao esperma, quando este é produzido no contexto médico.
esperma; infertilidade; masturbação; assistência médica à procriação