Resumo
As altas taxas de ideações, tentativas e mortes por suicídio entre a comunidade de pessoas autistas é um tema que vem sendo investigado com frequência e profundidade. No interior de determinado segmento da ciência, que instrumentaliza a lógica neoliberal de gestão do sofrimento, se faz destacar o fenômeno do suicídio no âmbito do autismo, na mesma medida em que o lugar reservado ao sujeito autista se torna ausente de sua prática discursiva. Nesse contexto, este trabalho buscou produzir um levantamento bibliográfico sobre o tema em questão, com o objetivo de evidenciar as principais linhas de força atuantes nesta dimensão específica de sofrimento em pessoas autistas. Quando o enfoque da análise recaiu sobre as formas de expressão desses sujeitos em sofrimento, tornou-se incontornável assumir que o ato suicida faz ressaltar as marcas do ser, da falta-a-ser e da angústia frente ao real - atributos de uma experiência singular de sofrimento que o discurso da ciência tenta eliminar.
Palavras-chave:
Autismo; Sujeito; Sofrimento; Suicídio; Psicanálise.