Resumo
Ao envelhecer, os homens se deparam com uma dualidade de exigências: as sociais e as de saúde. Nessa vivência, as relações sociais podem contribuir para situações de cuidado ou de sofrimento. Pesquisa qualitativa, realizada em uma comunidade rural de um município do Vale da Luz/RS. As informações foram produzidas entre janeiro e setembro de 2016, por meio das histórias orais temáticas narradas por dez homens idosos em situação de adoecimento crônico e da composição de diários de campo. A análise buscou referências nas matrizes de Reconhecimento propostas por Honneth. Evidenciou-se que o reconhecimento pelo amor atua como modulador do cuidado biológico nas condições crônicas, mas gera sofrimento ao marcar a invulnerabilidade e a autossuficiência parcial no envelhecimento. No reconhecer pelo direito, enfatizaram-se a aposentadoria e o acesso aos serviços de saúde. As identidades - colono, trabalhador e alemão - constituíram categorias de estima e de solidariedade, sobretudo em situações de adoecimento. As relações mostraram-se aliadas no cuidado, mas ao distanciarem os homens do modelo de masculinidade ou ao depreciarem escolhas, acarretaram sofrimento.
Palavras-chave: saúde do idoso; saúde do homem; população rural; Saúde Coletiva