Este artigo trata da experiência de um grupo composto por usuários e trabalhadores de serviços de saúde mental de Natal (RN), estudantes de cursos de graduação em saúde e professores e pesquisadores da área interessados na discussão de temas e experiências em saúde mental. Fundamentados na esquizoanálise e seu método cartográfico, argumentamos que o grupo funciona como grupo-pensamento ao constituir espaço de produção de pensamento imanente à vida, através de um funcionamento rizomático. Para tanto, a cartografia foi traçada em três linhas de composição, construídas com base em notas de diário de bordo das autoras. São elas: 1) Tensões entre a legitimidade da Universidade como lugar-veículo da verdade do pensamento e a construção de um grupo-pensamento; 2) Novas maneiras de experimentar a crise: o "dia da festa" e o grupo com as funções de suporte e cuidado; e 3) A tessitura de novos modos de existir: das exigências por um grupo homogêneo à deflagração de movimentos heterogêneos. Esperamos com essa cartografia contribuir para a produção de novas práticas em saúde mental que insistam na potência da loucura e dos encontros na invenção da vida.
Saúde mental; grupalidade; esquizoanálise; cartografia; análise institucional