Resumo
O artigo apresenta um estudo que teve como objetivo geral conhecer como os profissionais de uma unidade de Estratégia Saúde da Família (ESF) lidam com as demandas relacionadas ao tema do suicídio. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com abordagem interpretativa, mediante grupo focal narrativo, realizado com profissionais de uma unidade de ESF, no município de Porto Alegre/RS. Foram identificadas as dificuldades que ocorrem no trabalho com o tema do suicídio, e os efeitos psíquicos que elas provocam nos trabalhadores. As dificuldades em relação ao trabalho incluem: as vulnerabilidades sociais do território, o tabu do suicídio, as dificuldades de manejo dessas demandas pelos profissionais e a insuficiência da rede de serviços. Os efeitos psíquicos identificados nos trabalhadores foram: sentimento de impotência, culpa e frustração, bem como estresse e sensação de sobrecarga de trabalho. As principais conclusões incluem a potencialidade do trabalho em ESF para a prevenção do suicídio, a necessidade de fortalecimento da rede de serviços e a importância da qualificação e do apoio permanentes aos profissionais, buscando ofertar os recursos necessários ao enfrentamento das dificuldades relacionadas ao trabalho com essa temática.
Palavras-chave:
suicídio; Saúde Pública; Estratégia Saúde da Família; Saúde Coletiva