O objetivo deste trabalho, cruzado, duplo-cego, realizado in situ, foi avaliar o esmalte dental humano submetido a um grande desafio cariogênico após aplicação de tetrafluoreto de titânio (TiF4) a 1%. Para isso, 5 voluntários utilizaram dispositivos intrabucais superiores contendo 80 fragmentos dentais durante 2 etapas (TiF4 e Controle) de 14 dias cada, gotejando 8 vezes ao dia glicose 25%. Após o uso, o esmalte foi submetido à análise através da MEV (microscopia eletrônica de varredura) e a MDT (microdureza em corte transversal) em 5 posições até a profundidade de 100 µm da superfície anatômica do dente. Os resultados não revelaram diferença significativa entre esmalte decíduo e permanente. Os dados da MDT, submetidos à análise de variância multifatorial também não revelaram efeito significativo do TiF4, porém, através da MEV, verificou-se diferença entre TiF4 e Controle com p = 0,027 (teste do qui-quadrado). O número de lesões brandas era igual para os dois grupos, porém no Controle haviam 10 fragmentos com esmalte sem cárie e 18 com lesões severas contra 20 e 8 respectivamente do grupo TiF4. Os dados permitem sugerir que o TiF4 modificou o padrão da lesão formada amenizando-a, sendo necessários novos estudos definindo esse efeito em termos de profundidade.
Fluoretos tópicos; Titânio; Cárie dentária