Resumo
O ensaio aborda o problema da formação social do self. Dividindo-se em quatro passos, reconstrói, no primeiro, aspectos da teoria interacionista da educação de Mead, enfatizando sua dimensão social-intersubjetiva. No segundo passo recorre ao conto “Negrinha”, de Monteiro Lobato, para mostrar, à contrapelo, como a ação humana pode descambar facilmente para a obediência irrestrita e o quanto isso marca destrutivamente as formas de vida. Confronta, no terceiro passo, o conto de Monteiro Lobato por meio de aspectos da teoria da ação de Mead, evidenciando a tensão constitutiva da formação humana como autoformação. Por fim, reconstrói, no quarto passo, um traço da formação como autoformação, herdado por Mead da Modernidade, que o auxilia a colocar a simpatia cooperante como núcleo ético da formação do si-mesmo. O ensaio conclui afirmando que perspectivas intersubjetivas são mais apropriadas, em contextos sociais plurais, para livrar o ser humano de suas diferentes formas de servidão.
Palavras-chave
self; educação; autoformação; liberdade; servidão