Resumo
Fadas e bruxas estão presentes no universo da alfabetização em diferentes artefatos culturais. Ao investigar o currículo de uma turma de primeiro ano do Ensino Fundamental, foi possível verificar que bruxas e fadas estão presentes também no modo como uma professora e seus (suas) alunos(as) narram a si mesmos(as) e são narrados(as) pelos(as) outros(as). Este artigo analisa os modos de subjetivação colocados em funcionamento no currículo, quando se opera com esses seres mágicos, por meio da articulação e da disputa entre dois dispositivos: o da antecipação da alfabetização e o de infantilidade. Argumenta-se que, assim como fadas e bruxas são personagens ambíguos, as posições de sujeito disponibilizadas aos (às) infantis e à professora também são multifacetadas, produzindo modos de subjetivação diversos e conflitantes.
Palavras-chave:
currículo; alfabetização; posições de sujeito; dispositivo de infantilidade